Wednesday, April 16, 2008

Caso Nardoni

No Jornal Nacional de segunda-feira, foi anunciado desde o primeiro bloco que a equipe tinha conseguido em primeira mão trechos dos depoimentos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, ambos suspeitos de terem matado Isabella Nardoni, filha de Alexandre e enteada de Anna.
Pois bem, o jornal anunciou a cada bloco a informação privilegiada, revelando-a apenas no final.
Só não me senti mais frustrada porque a gente só se desilude quando se deixa iludir. O que não é o caso quando se fala em cobertura policial da imprensa.
Contra todas as máximas de que o sujeito é inocente antes de tudo, Alexandre e Anna já foram julgados e condenados. Depois de tanto sensacionalismo, alguém consegue imaginar essas pessoas esperando julgamento em liberdade, por exemplo, no caso de a justiça entender que elas devam ser indiciadas, como tudo indica?
Fico imaginando que os familiares da mãe da garota, se tiverem o mínimo de bom senso, devam ter desligado TVs e desconectado a internet. Infográficos de última tecnologia proliferam em sites e canais televisivos mostrando como Isabella pode ter morrido, onde se quebrou, onde se cortou, como foi jogada: de cabeça para baixo ou pelos braços?
Qual o propósito de tudo isso? Ajudar a encontrar a verdade? Quem ajuda a procurar a verdade se basearia só no que dizem os promotores e a polícia? Parece-me evidente que não.

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