Thursday, December 13, 2007
Você aprendeu as regras: ande dez casas
Fazer esportes, evitar frituras e gorduras trans, não beber, não fumar, o que é isso tudo, quando, na verdade, jogamos todos os mesmos jogos de azar e sorte?
Não é sempre que se morre dormindo, como meu avô, que já nem sabia bem quem era, onde estava, quem era sua esposa. Às vezes, acontece assim, meio de sopetão, como meu tio. Um assalto. Um tiro acerta a coluna. Sua sobrevida, por alguns dias, permite que os familiares ainda possam se despedir. Mas como será ter que se despedir da vida? Ter a consciência de que é a hora, mesmo quando se quer ficar? Tem vezes que não dá tempo de dizer tchau. Não dá tempo sequer de tomar conhecimento de que se está indo embora, como meu pai.
Na verdade, o jogo do acaso deve ser encarado mais ou menos como o Jogo da Vida. É, aquele mesmo, que mandava a gente andar casas quando nos formávamos em jornalismo, vê se pode. Não ganha quem termina antes ou depois. Porque terminar não importa. Eu não corro pela boa saúde, eu corro pelo entorpecimento. Eu amo pelo entorpecimento. Eu brinco e rio pelo entorpecimento. Vão me dizer: o prazer é efêmero. E daí? O que não é, se a linha de chegada é imprevisível?
Tuesday, November 13, 2007
Nossa despedida
Em compensação, tem fatos que não apenas marcam, como também se assemelham a um hipertexto, basta um linkzinho e foi, volta tudo bem nítido, rico em detalhes.
Vou demorar a esquecer o dia em que tive que contar para minha mãe sobre a morte do pai. O desespero dela, o espanto. Ter que segurar o choro, esquecer por milésimos de segundo a própria dor para ser a muleta da pessoa que viveu com ele por 51 anos. Também vai ser longo o tempo para que não fique mais com um certo medo cada vez que toca o telefone no trabalho.
Desde o dia que meu irmão me deu a notícia, por telefone, que eu não veria mais meu pai, sem nem ao menos me despedir, eu faço um esforço enorme para lembrar dos nossos últimos momentos. E tudo parece como os flashbacks de novelas, coberto por névoas. A última lembrança é o cabelinho despenteado parado na frente da porta do meu quarto, como ele fazia todas as manhãs, para conferir se eu não tinha me atrasado.
À cada noite, ficava torcendo para sonhar com ele, vê-lo mais um pouco. Mas eram sempre sonhos bobos, com uma presença nada nítida, em contextos estranhos. Mas também tinha medo de sonhar que era tudo uma mentira e ter que acordar com o que era real.
Então aconteceu o que, mesmo sempre tão cética, quase acredito não ter sido sonho, mas a maneira que ele arranjou para me deixar tranqüila.
Sonhei com ele em uma tarde de domingo. Ele tinha voltado, como se nada tivesse ocorrido. Não tinha mais ninguém, só nós dois. Era ele tipicamente, sem nenhuma atitude diversa, nítido, real, tangível. Então, olhou para mim com aquela expressão de pai orgulhoso que sempre fazia quando me confiava um segredo: "Tu sabe o que aconteceu, né? E que eu preciso ir?". Não podia ficar porque tinha recebido um "cargo" de Deus. Seria seu conselheiro de justiça. Contou-me aquilo com a felicidade de quem tinha agora uma função a sua altura.
Sem perder a oportunidade, perguntei se eu o tinha abraçado e dito o quanto amava suficientemente durante nosso tempo juntos. Ele me abraçou mais uma vez. Bem forte. "Sim, pode ficar tranqüila." O sonho acabou quando o vi ir embora, assumir sua nova e importante missão. A primeira, a de ter deixado um tantão dele em mim e em outros sete, já estava cumprida.
Wednesday, October 31, 2007
"A ausência é um estar em mim..."
O beijo na textura da pele já envelhecida de um coração jovem.
O "grunhido" quando eu dava um abraço de quebrar ossos (que eu fazia só para o ouvir o barulhinho simpático, eu confesso).
O peso da mão no meu ombro quando caminhávamos juntos – e toda segurança que isso passava
O "eu te amo" mais completo do mundo. Uma frase pequena, mas sempre coberta de adereços – o olhar caramelo esverdeado cheio de carinho, o sorriso, a simpatia incansável.
O pedido de cafuné e a textura do cabelinho bem liso e grisalho.
As conversas, a inteligência de um homem autodidata que, mesmo sem ter terminado sequer o colégio, falava quatro línguas.
Não há saudade onde não há presença...
Monday, October 15, 2007
...
O que eu fazia ali? Tava tomando a anti-tetânica por causa de um poodle histérico que resolveu me morder enquanto eu corria pela 24 de Outubro.
Wednesday, October 03, 2007
Wednesday, September 26, 2007
Oscar 2008
Sunday, September 23, 2007
Tuesday, September 04, 2007
...
E isso importa? Não, porque ganhei eu, por poder então perceber tão mais vivaz a acolhida despretensiosa de um amigo. E é por essas horas que o convívio vale a pena.
Monday, September 03, 2007
lie la lie....
- The Boxer, com Joan Baez e Simon & Garfunkel ("I'm leaving, I'm leaving, but the figther still remains...")
- Let it be, na voz dela de novo
- Gracias a la Vida, e ela, once again! Só que na companhia de ninguém menos do que Mercedes Sosa
Acho que dá pra entender, né?
Sunday, September 02, 2007
Today's fortune
Ok, que bom. Melhor ainda se dissessem diretamente pra mim!
Comfortably numb
Perdoem-me todas as cabeças pensantes, inclusive a minha. A ela vou dar uma espécie de licença-saúde. Uma licença-alienação. Não quero pensar profundamente sobre absolutamente nada.
Sabem aqueles grandes quebra-cabeças de mil peças com castelos da Bavaria? Pois é, às vezes eu sinto como se fosse aquela peça chutada para baixo do sofá...
E a cabeça cansa de tanto tentar entender isso o tempo todo. Mas eu não vou desistir... só hoje.
Até lá, quem será que matou a Taís? :P
Friday, August 24, 2007
...
Uma massa que não te ignora, dá até pra dizer que todos te querem um pouco bem...
Foda mesmo é que, como diria Raul, "a gente nasceu pra querer" e hoje eu queria ser superlativo. Um "-ão" pra um alguém que fosse.
Tuesday, August 21, 2007
Do baú de memórias
Wednesday, August 15, 2007
Novos Prazeres *
Huxley acreditava que, mesmo a ciência do século XIX tendo descoberto a técnica da descoberta e, com isso, chegando-se à era das invenções, ninguém conseguiu inventar um novo prazer. Para o autor, as modernas indústrias de prazer do seu tempo não ofereciam nada diferente ou melhor do que tinham os romanos ou egípcios. O cinema, o rádio, os espetáculos são todos proporcionados por aparatos modernos, o que não significa necessariamente que a diversão produto deles seja moderna. Huxley pensava que "tudo o que essas máquinas novas fazem é tornar acessível a um público maior o drama, a pantomima e a música que, desde tempos imemoriais, divertiam o lazer da humanidade". No entanto, na Riviera, esses prazeres mecanicamente reproduzidos não eram encorajados, pois, justamente por ser uma estação de prazer, ali o objetivo era fazer turistas gastarem o máximo de dinheiro possível em um mínimo espaço de tempo. Assim como nossos ancestrais, nesses lugares poderia ser tudo experimentado ao vivo, sem intermediações mecânicas: comer e beber demais, observar bailarinas semi-nuas, estimular o apetite sexual, dançar, jogar e observar os jogos. E, na Riviera, principalmente, o tradicional jogo de apostas. O autor considera que apostar é tão ou mais antigo que o dinheiro. "Tão antigo quanto a própria natureza humana, ou pelo menos tão antigo quanto o tédio, tão antigo quanto a ânsia por excitações artificiais e emoções fictícias."
Encerradas a lista de prazeres proporcionados pelas estações de diversão, fica a certeza de que todos esses prazeres, para aqueles que podem pagar por eles, estão mesmo é situados num certo campo emocional que Huxley definiu como complexo de prazer/dor do esnobismo. A "exclusividade" das diversões é capaz de dar incrível satisfação às pessoas. Mas o esnobismo também pode causar prazeres extraordinários, pois as pessoas gostam de sentir-se como "eleitos" e pensar no rebanho pobre e vulgar lá fora, impossibilitado de desfrutar dos prazeres para os quais apenas esses eleitos podem comprar ingressos.
Entretanto, é também o esnobismo uma forma muito antiga de prazer. O autor acreditava viver a era das invenções, mas não entendia como ninguém fora capaz de "pensar num modo inteiramente novo de estimular agradavelmente nossos sentidos ou evocar reações emocionais agradáveis". Até aquele momento, a tarefa dos "mercadores" do prazer era encontrar o que Huxley chama de Máximo Denominador Comum de diversão, ou seja, uma diversão pouco especializada. Com isso, os apelos de prazer tornam-se muito limitados, pois tentam atingir apenas o que há de comum e simples nas características humanas gerais, desconsiderando todas as idiossincrasias psicológicas.
Baseado em tudo isso, o grande desejo de Aldous Huxley era ser multimilionário para poder financiar um grupo de pesquisadores para procurar uma espécie de intoxicante ideal: "Se pudéssemos cheirar ou engolir algo que pudesse, durante cinco ou seis horas por dia, abolir nossa solidão como indivíduos, harmonizarmos com nossos semelhantes numa cálida exaltação de afeição e fazer a vida em todos os seus aspectos parecer não apenas digna de ser vivida, mas divinamente bela e importante, e se essa droga celestial, que transfigura o mundo, fosse de um tipo que pudéssemos acordar no dia seguinte de cabeça leve e físico ileso – então, parece-me, todos os nossos problemas (e não apenas o único pequenino problema de se descobrir um novo prazer) ficariam inteiramente resolvidos e a Terra se tornaria o paraíso".
Huxley termina o ensaio dizendo que a sensação mais próxima à experiência dessa droga – mas ainda infinitamente distante – seria a emoção da velocidade, essa sim produto da modernidade. Os homens sempre teriam gostado da velocidade, mas eram limitados pela capacidade do cavalo. Hoje, o automóvel é suficientemente pequeno e próximo do solo pra conseguir fornecer a velocidade inebriante que se conseguia com o cavalo a galope.
Apenas uma síntese do ensaio "Procura-se um novo prazer" publicado em uma coletânea – intitulada "Moksha" – de ensaios escritos por Aldous Huxley sobre psicotrópicos e experiências visionárias. O texto é de 1931. Minha pergunta é: hoje, há alguma mudança significativa no "mercado" de prazeres? Ou, mesmo com todo o aparato tecnológico, ainda vivemos apenas variações do mesmo tema?
* A falta de tempo e inspiração me fez querer repostar esse texto. Sorry... como na época em que puliquei o blog ainda não tinha muitos leitores (se tinha algum!), pode ser que agora alguém se interesse
Sunday, August 05, 2007
Lá lá lá
Entre as maravilhas mais antigas, tenho que citar The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, do David Bowie, de 1972. O álbum foi considerado o melhor dos anos 70 pela Melody Maker, jornal britânico sobre música. É uma espécie de ópera rock, pois conta a história de um rockstar de outro planeta em visita à Terra – auge da fase glam rock do Bowie. Gosto bastante, particularmente, da primeira faixa, "Five Years", se é que dá para destacar uma só. Ah, e não poderia deixar de lembrar que é desse trabalho a música "Starman", que inspirou a versão "Astronauta de Mármore", do Nenhum de Nós.
Lá da infância veio a vontade de ouvir Raul Seixas. Um dos meus irmãos que eu mais gostava quando criança tocava muito Raulzito no violão. E eu, muito fã, ouvia tudo. Por isso que não me admira o fato de, mesmo depois de tanto tempo, eu saber de cor todas as letras: "... eu me lembro do dia em que você entrou num bode... quebrou minha vitrola e minha coleção de Pink Floyd..." (Tu és o MDC da Minha Vida). Bah, muito clássico!
E se eu tivesse que dizer uma música que eu nunca vou cansar de ouvir, essa música é "Shine on you crazy diamond" e todas as suas partes, do álbum Wish You Here, do Pink Floyd. Ô cançãozinha capaz de me fazer ir muito longe essa! Mas no terreno dos muito viajantes, dá pra dizer que o álbum Atom Heart Mother, também do Pink, é maravilhoso. Na verdade, sou sempre suspeita pra falar deles. Ah, quando lembro do que foi aquele show do Roger Waters em Porto Alegre em 2002...
Para finalizar, tenho baixado electroclash ("Fischerspooner" tá rolando direto no tal mp4), electrorock, indie e tantas outras cositas divertidas, lascivas e dançantes! :P
Wednesday, August 01, 2007
[lugar do título]
Tá, também faltou um pouco de assunto, admito. Férias da faculdade bem maomenos essas. Nem terminar algum livro eu consegui. Me entreguei novamente à vida de promiscuidade literária. Há mais de mês vago entre "Taras Bulba", do Gogol, e "The Picture of Dorian Gray", do Oscar Wilde. Sim, assim mesmo, em inglês, pra dar uma desenferrujada na leitura em outra língua. E por que eu tenho essa mania de fugir do método cartesiano, hein? Sempre querendo apostar que se pode ir do mais difícil ao mais fácil. Tá, já consegui, em três capítulos, perceber que o Dorian Gray é "o cara" e que dois caras querem comer ele. Fora isso, haja saco pra procurar toda hora no dicionário palavras do inglês arcaico. Enfim, um livro ótimo, de qualquer maneira, mas ainda me falta pique para terminar. O problema é que eu fico me coçando, cada vez que lembro todas as outras coisas que ainda faltam ler. Borges, eu tenho que ler Jorge Luis Borges. Tchekov, Caio Fernando Abreu, Raymond Chandler... Releituras... Sim, também tem um monte de coisa boa que eu li quando eu era uma pirralha e que quero ler de novo. "Insustentável Levez do Ser", do Kundera, "Apanhador no Campo de Centeio", do Salinger. Teminar alguns que não fui até o fim, como "O Vermelho e o Negro", do Sthendal, "Robinson Crusoé", do Daniel Dafoe. Esse, então, é um mistério. Eu consegui lê-lo por todo o momento em que Crusoé fica preso na ilha e achei muito monótono quando ele volta à civilização. Detalhe, a civilização é que se tornou uma xaropice e, não, tantos anos de reclusão na ilha até que Sexta-Feira aparecesse. Talvez meu eu anti-social tenha curtido o cenário!
Sunday, July 22, 2007
...
Ontem, cheguei em casa e estava dando "Adeus, Lenin" na TV. Já estava para além da metade, mas ainda assim parei pra ver – pela quarta vez, acho!
A verdade é que toda vez fico encantada com a cena da mãe do Alex saindo de casa pela primeira vez após o enfarte e, quando ela tenta atravessar a rua, passa um helicóptero com a estátua de Lenin, como se ele lhe estendesse a mão.
Thursday, June 28, 2007
Obs
Espero que gostem.
Philip Roth revela seu complexo de ironia
Masturbação, pornografia, ironias religiosas, problemas dentro de uma família judia, crítica a uma sociedade extremamente individualista. Esses e mais tantos ingredientes picantes compõem O Complexo de Portnoy, best-seller do norte-americano Philip Roth (autor de Goodbye, Columbus e Pastoral Americana, entre outros clássicos), que o consagrou como um dos grandes nomes da literatura dos EUA. Lançado por lá em 1969, o livro chegou ao Brasil pela primeira vez somente 20 anos depois e agora encabeça a lista de relançamentos de algumas obras de Roth pela Companhia das Letras.
À época de seu lançamento, muitos críticos tiveram extrema dificuldade em aceitar a narrativa do personagem Alexander Portnoy como um best-seller. A história do jovem judeu que descreve a um psicanalista – nem sempre de forma linear – suas memórias da infância e adolescência, nos anos 40, até o momento em que se encontra com 33 anos, foi considerada por muitos como extremamente pornográfica. A verdade é que Alex realmente narra suas peripécias sexuais com uma linguagem às vezes bastante vulgar. Uma pontinha de complexo de Édipo é também percebida quando está com outras mulheres e lembra da mãe superprotetora. Imagine-se isso para aquele tempo – virada da década de 60 para 70 –, quando havia um forte movimento moralista que tentava abafar a emergência do movimento hippie. O que igualmente incomodou a crítica é que o texto de Roth é bastante ácido quando caracteriza a sociedade norte-americana da época e sua moral burguesa. Quanto aos trechos que narram costumes da família de Portnoy, muitos deles foram considerados pejorativos pela comunidade judaica. Por outro lado, as religiões cristãs também não escapam das ironias do personagem.
O que fez da obra de Roth um sucesso de vendas, então, apesar de causar tanto susto na crítica? Porque poucos não conseguem se render a um texto que flui tão bem, com senso de humor na dose certa, entre assuntos nem sempre tão “digeríveis”, como problemas familiares, adolescência conturbada, sexo, religião. Se o que há de pornográfico no livro já não causa tanto furor na sociedade – talvez menos moralista –, há de se esperar que a história continue conquistando muitos leitores ainda por bastante tempo.
O Complexo de PortnoyAutor: Philip Roth
Tradução: Paulo Henriques Britto
Editora: Cia das Letras
Preço: R$ 44,00 (264 págs.)
Sunday, June 17, 2007
Friday, June 15, 2007
Mas hein?
É, tô até agora rindo das minhas aprontadas da semana...
Continuo de muito bom-humor. Daqueles que fazem o resto da vida render. Idéias muitas e disposição surgiram para os trabalhos da faculdade. Só tô chateada que tive que abandonar a vida literária por um tempo pra ler um monte de coisa técnica. Enfim, faz parte!
boooooooommmmmmmmm finde pra quem passar por aqui!
Tuesday, June 12, 2007
Thursday, June 07, 2007
....
:P
Wednesday, June 06, 2007
É, acho que tô feliz...
_________________________________________________________________
MSN Messenger: instale grátis e converse com seus amigos.
Monday, June 04, 2007
Só daqui a 12 dias...
Foi-se mais um finde de folga.
Nesse nem deu tempo de dormir e descansar. Coisas pra fazer de sexta a domingo.
Mas e daí? Pra quê dormir quando se pode cometer pequenas loucurinhas por aí?
Sábado, por muito pouco não fico em casa, mas decidi arriscar. Fui na Open Beco, festa de bebida liberada do Beco que rolou no Depósito de Teatro. Muita coisa bacana rolou nesse dia, mas destaco o fato de que há tempos eu não saía e me sentia tão "dentro de um contexto". O tipo de lugar em que eu poderia chegar sozinha e ainda assim não me sentiria perdida. Destaque também para o quentão liberado naquele dia tãããão frio!
ah, e claro... para as pequenas loucurinhas fica o lugar de honra ;)
Thursday, May 31, 2007
Verdades universais do paladar (1)
Não é preciso muito tempo de convivência comigo para saber que existe uma Magali dentro de mim. Ou, como diriam alguns amigos meus, "que eu como feito um guri". No entanto, mesmo os melhores de garfo mantêm alguns critérios gastronômicos. Listo aqui algumas observações e classificações que fiz sobre o assunto durante a vida:
Alimentos que ninguém com menos de 50 anos gosta
* frutas cristalizadas - Ora!!! pra quê comer isso? Uma paradinha que nem tem gosto de fruta, com cores bizarras e que mais parece aquelas cascas que se formam na gelatina do que qualquer outra coisa.
* doce de abóbora - vamos combinar que até aquela abóbora com carne moída que a mãe da gente faz só se come por questões de pirâmide alimentar. Agora, doce de abóbora? pior ainda aquelas que parecem uma cocada laranja e que vem em bandeijas de isopor, argh! (tá, já tô até vendo os comentários do tipo: "isso porque tu nunca comeu o da minha vó". Ah, não vou comer mesmo. Nego, nego, nego!)
Alimentos que não tem como não gostar
* queijo - ahn? como assim? repete: tu não come queijo? Como é que tu sobreviveu a todos aqueles aniversários da turma de adolescência, comemorados em rodízios de pizza?
* batata frita - ah, não. Não tem como fazer qualquer comentário. Pessoas que não gostam de batata frita não merecem crédito.
* maionese - fala sério? maionese, a mãe salvadora de todas as comidas sem sabor. Quem nunca salvou aquela massa sem sal ou que ficou uma paçoca com o famoso dueto maionese e catchup?
to be continued...
Sempre fui uma tremenda palhaça. Sério. Mas não uma palhaça assim, que se mostra facilmente. Só respondo aos bons estímulos. Acho que por isso, recentemente, vinha me sentindo tão triste... parte de mim tava quietinha demais, esperando algum desses estímulos.
Hoje eu tive alguns e fiquei tão bem-humorada... :P
Tuesday, May 29, 2007
Bbuuuurrrrrrrrrr.......
Minha depressão sazonal só me permite uma afirmação hoje: QUEM OUSAR ME DIZER QUE GOSTA DE FRIO LEVA UM BELISCÃO PARA APRENDER A NÃO FAZER MALCRIAÇÃO!!!
:P
Friday, May 25, 2007
Tempo instável
Tuesday, May 22, 2007
Sunday, May 20, 2007
Feels so good
Os relances de bom acaso não se deixam pintar numa tela que não seja esta: branca, branquinha, pronta para o novo e para o colorido.
Colecionei mais algumas boas telas nesse início de finde! :P
Thursday, May 17, 2007
1,2,3....10
Autocontrole, Maria Rita, autocontrole...
Tuesday, May 15, 2007
Monday, May 14, 2007
Mamis
Se a minha mãe é a melhor do mundo, não tenho suficiente conhecimento pra dizer. Digo que ela é uma das mais corajosas, pois ter oito filhos não é pra qualquer uma – ainda mais que sete deles são homens e foram gurizes muitíssimo capetas!
Mas tenho toda a certeza que ela é a senhora das expressões mais engraçadas. Afinal, quem já ouviu uma conversação desse tipo:
"Mãe, tô bonita?"
"Claro, guria. Quem dera eu tivesse esse rosto pra um dia de festa."
:P
Friday, May 11, 2007
Procura-se
Mas pra dizer a verdade mesmo, a culpa é do outro. É, isso mesmo, aquele outro, meu espelho, meu reflexo, o meu legitimar-se no mundo... onde estás, hein?
Monday, May 07, 2007
Sarkozy X Royal
Sunday, May 06, 2007
Werther e a vida
Caramba!!! Pessimista o Werther? quase nada :P
* Trecho de "Os Sofrimentos de Werther", Goethe.
Thursday, May 03, 2007
Conversas quase anônimas de msn
Enfim, a questão é que volta e meia pensamentos mesquinhos também batem pela minha cachola, afinal, ninguém é de ferro. Inda bem que, pelo menos no meu caso, não passam de sinapses tortas e quase nunca se concretizam.
Esses dias ainda tava falando por msn com uma pessoa X, bem importante pra mim, e eu comentei que parcas vezes eu joguei baixo em relacionamentos amorosos. Principalmente quando envolviam terceiros. E ainda hora dessas tava pensando em um desses rompantes e me senti até envergonhada (e juro, nem foi nada demais). Meu comentário foi: "Será que por causa dessas poucas vezes eu posso ir pro inferno?". Reposta: "Eu aposto que tu tá livre do inferno... ou tu vai ter que começar a te puxar muito..."
Bobo, eu sei, mas eu achei um elogio tão bonitinho...
Tuesday, May 01, 2007
Bons tempos eram aqueles...
"Ponha um pouco de amor na sua vida..."
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Falado
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão
Vinicius de Moraes e Baden Powell, "Samba da Benção"
Obs.: é desse música uma das frases mais bonitinhas que já ouvi: "A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida".
Sunday, April 29, 2007
Saturday, April 28, 2007
Um pouco de história em casa
Eu adoro história e, por vezes, esqueço que meus pais, por já terem uma idade avançada, viveram momentos importantes dela.
Sabia que meu pai tinha trabalhado no Diários Associados, do Chateubriand, mas hoje é que fui perguntar quando e como foi. Ao mesmo tempo que trabalhava no Citybank, também estava no Diários, de 1953 a 1954, quando tinha 21, 22 anos. Suas funções eram de tradutor e redator auxiliar. Traduzia os textos em espanhol e inglês que vinham pelo teletipo e transformava em notícia. Na época, rolava a insurreição dos Mau-Mau, no Quênia, e contou-me que era o que mais traduzia. Saiu do jornal com o incêndio do Diários Associados no suícidio de Getúlio.
Outra coisa fascinante é que meu pai tem apenas o 1º grau, mas a educação era tão forte naquela época (tinha até latim), que ele sabe falar inglês, espanhol e francês – por isso os empregos de tradutor. Fala também um pouco de alemão, pois meus avós falavam.
Thursday, April 26, 2007
A tia metida à "engraçadinha"
A garotinha me observa alguns segundos e, bem séria, diz: "Tia, tu mentiu muito?".
Tuesday, April 24, 2007
Sunday, April 22, 2007
Ufa...
Mas também confesso que parte do divertido se deve ao fato de ter conseguido ficar alheia às velhas crises que querem voltar a morder meu calcanhar. Será que elas não podem me dar uma folguinha mais prolongada, não?
Saturday, April 21, 2007
Carente...
Cabem bem juntinhas na palma da mão
Pra você guardei um universo
Quando falta espaço eu faço verso e durmo na canção"
Dormi duas horas noite passada, mas uma carência assim, quase dolorida, ainda não me deixou pregar o olho – mesmo que passe de três da manhã. Por causa dela tô aqui pensando um monte de bobagens, enquanto ouço Nei Lisboa.
A primeira delas é de que se eu conhecesse um cara que escrevesse pra mim como ele escreve, eu casava na hora! :P Já pensei isso sobre o Chico (o Buarque), mas aí achei que desse jeito eu ia acabar ficando pra tia. Sei lá, Nei Lisboa, pelo menos, tá mais pertinho!
Ok, ok... se ainda é ser muito exigente, um abraço e um colo de alguém mais próximo já serve ;)
P.S.: o trecho é de "Romance", do Amém (1993)
Friday, April 20, 2007
Testezinho de moral e cívica
E por que é feriado no sábado?
Alguém lembra do que "aconteceu" no domingo (22) há "alguns aninhos"?
ok, essa foi só pra dar uma atualizada :P
Sunday, April 15, 2007
O instante próximo
O desenrolar de um instante prazeroso é deixar-se cegar por um certo torpor. É poder interagir com o cenário, com as outras personagens, abusar da história. A idéia de que em breve vai ser só lembrança nos faz abusar dos sentidos: olha-se, toca-se, desgusta-se para que o máximo de detalhes fique registrado.
No instante bem próximo – não mais nem menos que isso –, passado o torpor das delícias, é possível fechar os olhos e quase viver a mesma cena novamente. Ainda que não seja possível reconstituir a seqüência de ações exatamente como discorrera antes, os flashes ainda são ricos em cheiros, gostos, cores... tudo ainda tão palpável.
Pena que esse instante seja tão breve...
Monday, April 09, 2007
Inglês é mais doido do que parece
O site do mobile clubbing convocou todo mundo pra comparecer à Victoria Station, em Londres, no dia 4 de abril e, a partir das 18h53, centenas de pessoas fizeram uma contagem regressiva e começaram a dançar... Detalhe: cada um com sua música e seu i-pod, ou mp3, ou walkman! O evento durou aproximadamente uma hora e meia, até a polícia parar a "manifestação"!
Esse videozinho do youtube dá uma idéia de como deve ter sido divertido!
Abaixo, a "convocação":
Arrive at the station around 18.40
Walk around and get in your groove
Spread out throughout the entire station (wonder if it will spread to the Tube station)
No dancing before 18.53
At the instant the clock strikes 18.53
Dance like you've never danced before
Try not to dance in one place
And dance for as long as you can
Saturday, April 07, 2007
Mais uma vez Huxley
Mais de dois meses para conseguir "ruminar" 691 páginas. Demorei para terminar "Contraponto", de Aldous Huxley, porque o livro não é dos mais fáceis de ser degustado. Para começo de conversa, o nome da publicação inglesa, de 1928, faz referência ao termo musical que significa a arte de sobrepor uma melodia a outra; o conjunto de técnicas composicionais da polifonia. Por derivação, hoje também significa o uso de contrastes ou temas entrelaçados num texto literário, num filme. O livro de Huxley não tem um foco narrativo; são diversas personagens em diferentes situações, que, por vezes, encontram-se e produzem conversas profundas e intelectuais. Essa técnica de justapor protagonistas foi utilizada por Erico Verissimo – tradutor da obra no Brasil – em "Os caminhos se cruzam" e "O resto é silêncio".
Nas anotações da personagem de Philip Quarles ou nos discursos de Mark Rampion, fica sempre clara a crítica do autor a um século XX em crescente desumanização. Ambientado na Inglaterra do período entre-guerras, Huxley aponta para a evolução do tecnicismo e do intelecutalismo, que levam os homens a querer conhecer mais e mais e cada vez viver menos. O reflexo é percebido nos relacionamentos com problemas de comunicação, nas famílias desestruturadas, na arte impessoal etc.
O livro preferido de Paulo Autran certamente entrou para a minha "listinha" também.
Tuesday, April 03, 2007
Começando bem
Monday, April 02, 2007
Lição do dia
Às vezes me pego pensando no que meus 27 aninhos, há pouco completados, me trouxeram de crescimento pessoal. Acho que tô, ao menos, aprendendo a fazer o quê vai me deixar de bem comigo mesma, com meu caráter...
M.R. eremita
Wednesday, March 28, 2007
Saturday, March 24, 2007
É que gente... gente nasceu pra querer
Ontem, era aniversário de uma professora minha da época do segundo grau (há dez anos). Sempre muito meiga, foi ela uma das grandes responsáveis por tudo que sei de literatura brasileira e pelo gosto de escrever. Acho que há quase um ano a gente não se falava direito. Resolvi fazer uma surpresa pra ela, já que tenho aula ali na Fabico, que é do lado da Escola Técnica (onde estudei). Quando me viu e soube que eu tava ali porque tinha lembrado do aniversário dela, ficou até com um pouco de lágrimas nos olhos. No entanto, surpresa mesmo fiquei eu – o afago era totalmente desproposital e eu não esperava o resultado que teve.
Mas a prova de que somos eternos insatisfeitos é que hoje, ao acordar, essa não foi minha primeira lembrança. Só consegui lembrar de um outro carinho que não foi lançado, não foi dito, não chegou onde tinha que chegar...
Friday, March 23, 2007
Minhas "caixinhas"
Eu sou bem cuidadosa com aquilo que eu considero que mereça ser lembrado. E não tô falando do espaço fisíco que reservo para elas. Refiro-me aos subterfúgios que utilizo para que elas fiquem também bem guardadinhas na mente e no coração.
Acho que a memória de todo mundo funciona por associações. No entanto, no meu caso, vai além do processo natural. Eu gosto de criar as associações, não me limito ao processo involuntário.
Lembro de ter criado toda uma trilha sonora para um dos livros que mais gostei de ler: "Pássaros Feridos". Até hoje, toda vez que ouço uma das músicas da tal trilha, consigo me remeter ao enredo que envolvia cada personagem. E não me limitei aos livros. Cada um dos meus "romances" tem sua própria trilha, seu próprio cheiro, gosto, tato.
Até hoje, o meu sabor preferido de Halls é o verde (que eu nem sei se existe mais) . Lembra o gosto do meu primeiro beijo...
Escreveria mais sobre minhas lembranças se eu não tivesse com muito sono e não tivesse aula amanhã às 7h30!!!
Tuesday, March 20, 2007
Um pouquinho – mas só um pouquinho – mais velha
Um dos "fait divers" de hoje é que meu pai (MEU PAI!!!) esqueceu meu aniversário. Tudo bem, 8 filhos e 74 anos... talvez eu perdoe ele em breve.
O outros foi o Isma, que tá em Londres, e que nem pra mãe dele é capaz de ligar, ter me ligado no meio da tarde! ô, coisa boa. E quando já era quase meia-noite, minha ex-sogra também me ligou.
Bom, no orkut, então, nem tem graça com o tal lembrete de aniversário. Mas claro que fiquei feliz com todos os recadinhos. Olha esse que meigo:
" Ae Ritinha, parabens! Vc merece toda a felicidade do mundo, queria que o mundo fosse repleto de Ritinhas como vc hehehe bjao!" – do Rafa, meu amigo de Floripa.
Monday, March 19, 2007
Saturday, March 17, 2007
Ainda é a vida que impressiona
Minha tia já tinha levado vários sustos do coração, portanto, não era algo assim inesperado. Como também não foi quando aconteceu com meus avós paternos, que tinham 89 e 94 anos. Ou como o irmão do meu pai, o tio Renê, que morreu de câncer. A verdade é que a dor da perda de alguém não é algo que eu já tenha vivido de forma muito intensa. E tento não me preocupar com o dia que tiver de sentir.
Mas algo me impressionou muito nessas ocasiões. Minha mãe considerava a tia Rose sua melhor amiga. E quando vi que algo diferente tinha acontecido, corri do quarto porque imaginei o que podia ser e me deparo com o choro compulsivo da minha mãe. Já tinha sentido a mesma sensação quando vi meu pai chorar pela primeira vez, no enterro do tio Renê, o irmão que ele sempre se deu tão bem. Em ambos momentos eu me senti tão pequenininha, tão assustada com o fato de não poder fazer nada para tornar menos triste aqueles instantes para meus pais...
Wednesday, March 14, 2007
...
Mas a verdade é que fiquei me sentindo afetivamente frágil. Tirando meus pais, que estão aqui me paparicando, é tão ruim não ter ninguém pra te ligar para saber como tu tá.
OK, só um pouquinho de carência esporádica...
Monday, March 12, 2007
Voltando...
Como eu tinha dito no post anterior, ia numa festinha de progressivo durante o dia de sábado. Mesmo com quase mais de 400 pessoas em volta, cheguei bem perto dos momentos de introspecção que eu comentei estar precisando. Tinha quase esquecido como é bom esvaziar a mente, deixar ela ir bem longe e "dancing like no one' s watching". Ô, coisa boa!
Mas também nem tudo foi ostracismo. Conheci um cara de São Paulo que tinha vindo para tocar: o Dudu, da Echo Records. Entre um papo e outro, descobrimos amigos comuns em Floripa e que tínhamos morado num mesmo período em Londres e mais outros conhecidos em comum. Uma gracinha ele...
Friday, March 09, 2007
Ostracismo
A verdade é que estou me devendo alguns momentos de introspecção. Tá, vocês devem estar se perguntando por que ir numa festa nesse caso. Bom, só quem vai sabe que é possível. Ficar ali, no dance floor, tentar deixar a mente vazia do cotidiano e o mais próxima possível de atravessar as fronteiras que normalmente a gente a impõe.
Também porque tenho me sentido um pouco melancólica e triste... é tão ruim quando a gente quer enxergar um mundo um pouco mais bonito e a gente até enxerga por alguns instantes... mas daqui a pouco vem uma rasteira. Bom, deixa pra lá, como disse, a introspecção veio pra ficar por alguns dias, o que inclui não falar muito sobre as causas.
Volto com o relato da festa e do resto da minha folga.
Thursday, March 08, 2007
Point Counter Point
"Toda a coisa que acontece é intrinsecamente semelhante ao homem a quem ela acontece". (Do livro do Huxley que tô lendo, "Contraponto".)
Wednesday, March 07, 2007
Vigília
Mantendo o suspense, comecemos desde o início... Cheguei ontem no jornal onde trabalho às 19h30. Estranhei o movimento grande de pessoas, pois desde que comecei a estagiar por lá que ocorrem sucessivos cortes de pessoal e o turno da noite foi ficando cada vez mais vazio. Então, um colega me chama e conta que o sistema (programa onde fazemos as páginas, salvamos as fotos etc.) está "out" desde às 13h, ou menos, e sem previsão de volta. OK, vamos todos esperar para ver o que acontece. Esperar, esperar, esperar, esperar... Por mais de 8 horas!!!! Sim, o problema só foi resolvido por volta das 4h da matina de hoje e, na verdade, faz quase uma hora que cheguei em casa. Juro por Deus que achei que o jornal de hoje não sairia. Era praticamente "game over". Mas o fim da história é que hoje teremos O Sul nas bancas... vai saber que horas... e sem o caderno Magazine, é verdade.
Agora, é só ir virada para a aula!
Monday, March 05, 2007
Foi dada a largada!
Sunday, March 04, 2007
O hábito faz o monge, já diria minha mãe!!!
Também peguei a mania de andar sempre com papel e caneta na bolsa. Mais vital do que uma necessaire, claro.
Mas o pior mesmo é que, para quem não gostava nem de cerveja e só ficava "altinha" em exceções merecidas, tô virando uma bebum em potencial. Ontem mesmo voltei do casamento de um dos meus amigos (jornalista, por sinal) bem alegrinha. Pudera, champagne, cerveja e até vinho de catuaba! Estranhei a falta de ressaca por hoje.
É... e tô acostumando com esses hábitos doidos já...
Friday, March 02, 2007
Lou Reed
"... If I could make the world as pure and strange as what I see
I’d put you in a mirror, I’d put in front of me
I’d put in front of me..."
Thursday, March 01, 2007
Alguém me explica?
Se o que eu tô sentindo na pele são os 44 graus, que me importa saber que no termômetro marca 37? Como é que a gente sente uma temperatura que não é? Confuso isso!
enfim, bobagens... deixo as choramingações para outro dia, para quando a TPM chegar :P
Wednesday, February 28, 2007
elogios
Tempo desses eu recebi uma declaração tão meiga de uma amiga que eu gosto muito, mas convivo muito pouco. Ela disse que o irmão dela estava de namorada e que ela ainda não conhecia a menina direito, mas que, por ter achado que a garota lembrava muito o meu jeito, a simpatia foi instantânea. É tão bom quando a gente recebe um elogio assim, inesperado...
Tuesday, February 27, 2007
Se os astros dizem...
PEIXES
Enquanto muitos sucumbem ao caos, esse dia maluco pode nem chamar a sua atenção, afinal os piscianos já nasceram doidos demais.
hehe, eu? doida demais? imagina!!!
Saturday, February 24, 2007
Caramba...
Putz, sendo assim, não vou me estressar mais em decidir nada :P
Bob once again
It Ain't Me, Babe
Bob Dylan
Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Friday, February 23, 2007
Da nossa aparência
1) por mais que tu queira mudar, se deixar o cabeleireiro fazer o que bem entende, tu pode levar um susto!!!
2) e daí? passado o susto, já comecei a gostar do novo visual. Isso só reforça a minha crença de que muitos de nós somos deveras apegados a nossa aparência. E não tô falando só de aparência física.
Então é isso: minha palavra de ordem da semana (que começou ontem, depois do Carnaval, claro) é DESAPEGO! :P
Tuesday, February 20, 2007
Desencaixe
Mas quem disse que minha mente inquieta se contentaria a seguir por muito tempo desse jeito?
Recentemente, ela fica solitariamente agitada, pedindo por pessoas e situações que a estimulem, sem saber exatamente onde encontrá-los – com raras exceções.
A verdade é que há muito tempo eu não me sentia tão ¨desencaixada¨ do mundo e sem saber como reverter isso. Enquanto eu não descubro como, alguém pode pelo menos mentir que me entende?
Wednesday, February 14, 2007
Bob!!!!!!!
Não dá pra perder... um jeito eu dou!
Tuesday, February 13, 2007
Albergue espanhol
Admito que, antes, o meu comportamento era de um bairrismo impressionante. Não cogitava muito a idéia de sair de Porto Alegre pra botar o pé no mundo – a não ser em viagens de férias. Hoje, dói-me pensar que passo tempo demais presa por aqui. Agora, considero-me orgulhosamente cosmopolita – mas não em stricto sensu. Londres me ensinou a ser cosmopolita, o que não significa necessariamente que eu tenha que sair do lugar para me comportar como uma. Isso porque estou falando de um comportamento digno de um antropólogo, daquele que está aberto ao "outro", ao desconhecido, à novidade...
O filme, apesar de engraçado, causou um pequeno desconforto. Lembrou-me daquele sentimento que não gosto muito de remexer: o que poderia ter sido e não foi...
Monday, February 12, 2007
De volta
E não tô nem contando as vezes em que ele foi sacana diretamente comigo. Pra essas, acredito eu, acho que já criei uma certa ¨malandragem¨ pra dar um jeito de tocar a bola pra frente. O que ainda realmente não aprendi é a lidar com a situação contrária. O que se faz quando esse pequeno travesso atinge alguém pra quem a gente não tá preparada? Um alguém legal e que a gente não quer magoar? O caso recente me causou um certo flashback... uma dor passada que eu não me orgulho nem um pouco de ter causado...
P.S.: ufa, finally com computador de volta em casa. Eternamente agradecida ao Diego, que descobriu uma falha que eu jamais seria capaz de descobrir - até então eu nunca tinha sequer ouvido falar em pasta térmica - e reinstalou o sistema formatando só a partição principal, conseguindo salvar todos meus arquivos importantes na secundária. Mas, ah, guri!
Buenas, portanto, não reparem a avalanche de posts que virão... mas que também ficarão para outro dia, pois o sono bate...
Monday, February 05, 2007
Só um alô
Estava eu com várias coisas fervilhando para postar por aqui, mas como Murphy é meu amigo, justamente logo após fazer o upgrade do meu computador, resolveu dar pau no meu windows. Tô aqui na torcida para que não seja preciso formatar meu HD...
Tuesday, January 30, 2007
Novos prazeres
Huxley acreditava que, mesmo a ciência do século XIX tendo descoberto a técnica da descoberta e, com isso, chegando-se à era das invenções, ninguém conseguiu inventar um novo prazer. Para o autor, as modernas indústrias de prazer do seu tempo não ofereciam nada diferente ou melhor do que tinham os romanos ou egípcios. O cinema, o rádio, os espetáculos são todos proporcionados por aparatos modernos, o que não significa necessariamente que a diversão produto deles seja moderna. Huxley pensava que "tudo o que essas máquinas novas fazem é tornar acessível a um público maior o drama, a pantomima e a música que, desde tempos imemoriais, divertiam o lazer da humanidade". No entanto, na Riviera, esses prazeres mecanicamente reproduzidos não eram encorajados, pois, justamente por ser uma estação de prazer, ali o objetivo era fazer turistas gastarem o máximo de dinheiro possível em um mínimo espaço de tempo. Assim como nossos ancestrais, nesses lugares poderia ser tudo experimentado ao vivo, sem intermediações mecânicas: comer e beber demais, observar bailarinas semi-nuas, estimular o apetite sexual, dançar, jogar e observar os jogos. E, na Riviera, principalmente, o tradicional jogo de apostas. O autor considera que apostar é tão ou mais antigo que o dinheiro. "Tão antigo quanto a própria natureza humana, ou pelo menos tão antigo quanto o tédio, tão antigo quanto a ânsia por excitações artificiais e emoções fictícias."
Encerradas a lista de prazeres proporcionados pelas estações de diversão, fica a certeza de que todos esses prazeres, para aqueles que podem pagar por eles, estão mesmo é situados num certo campo emocional que Huxley definiu como complexo de prazer/dor do esnobismo. A "exclusividade" das diversões é capaz de dar incrível satisfação às pessoas. Mas o esnobismo também pode causar prazeres extraordinários, pois as pessoas gostam de sentir-se como "eleitos" e pensar no rebanho pobre e vulgar lá fora, impossibilitado de desfrutar dos prazeres para os quais apenas esses eleitos podem comprar ingressos.
Entretanto, é também o esnobismo uma forma muito antiga de prazer. O autor acreditava viver a era das invenções, mas não entendia como ninguém fora capaz de "pensar num modo inteiramente novo de estimular agradavelmente nossos sentidos ou evocar reações emocionais agradáveis". Até aquele momento, a tarefa dos "mercadores" do prazer era encontrar o que Huxley chama de Máximo Denominador Comum de diversão, ou seja, uma diversão pouco especializada. Com isso, os apelos de prazer tornam-se muito limitados, pois tentam atingir apenas o que há de comum e simples nas características humanas gerais, desconsiderando todas as idiossincrasias psicológicas.
Baseado em tudo isso, o grande desejo de Aldous Huxley era ser multimilionário para poder financiar um grupo de pesquisadores para procurar uma espécie de intoxicante ideal: "Se pudéssemos cheirar ou engolir algo que pudesse, durante cinco ou seis horas por dia, abolir nossa solidão como indivíduos, harmonizarmos com nossos semelhantes numa cálida exaltação de afeição e fazer a vida em todos os seus aspectos parecer não apenas digna de ser vivida, mas divinamente bela e importante, e se essa droga celestial, que transfigura o mundo, fosse de um tipo que pudéssemos acordar no dia seguinte de cabeça leve e físico ileso – então, parece-me, todos os nossos problemas (e não apenas o único pequenino problema de se descobrir um novo prazer) ficariam inteiramente resolvidos e a Terra se tornaria o paraíso".
Huxley termina o ensaio dizendo que a sensação mais próxima à experiência dessa droga – mas ainda infinitamente distante – seria a emoção da velocidade, essa sim produto da modernidade. Os homens sempre teriam gostado da velocidade, mas eram limitados pela capacidade do cavalo. Hoje, o automóvel é suficientemente pequeno e próximo do solo pra conseguir fornecer a velocidade inebriante que se conseguia com o cavalo a galope.
Apenas uma síntese do ensaio "Procura-se um novo prazer" publicado em uma coletânea – intitulada "Moksha" – de ensaios escritos por Aldous Huxley sobre psicotrópicos e experiências visionárias. O texto é de 1931. Minha pergunta é: hoje, há alguma mudança significativa no "mercado" de prazeres? Ou, mesmo com todo o aparato tecnológico, ainda vivemos apenas variações do mesmo tema?
Friday, January 26, 2007
Pisciana
O engraçado mesmo foi que, enquanto eu lia como é o sujeito de peixes, tentava identificar em mim as tais características. E aí eu fiquei refletindo sobre como eu acho que sou, sobre como as pessoas devem achar que eu sou, o quanto tem de verdade nos dois casos e o quanto se correspondem. Puxa, quanta reflexão para uma bobagem, eu sei, mas a verdade é que volta e meia eu penso na "questão". Acho que é porque ainda acho muito estranho algumas pessoas dizerem que à primeira vista eu pareço muito séria. Imagina, eu, séria?!?
Friday, January 19, 2007
Chuin chuin chun clain...
Hoje, meu primeiro momento feliz foi vencer a preguiça e ir fazer trabalho voluntário na rádio da Ufrgs. Abri mão de acordar tarde para, todas as manhãs das minhas férias, fazer o noticiário das 11h da rádio. Ok, ninguém ouve, mas tô curtindo a brincadeira. E o jornalista da rádio é uma figura!
À tarde, meu primo que mora na Inglaterra e que tá de passagem pelo Brasil, após 16 anos sem pisar em terra brasilis, veio nos visitar. Ele e minha tia conseguiram arrancar boas risadas da família toda. No meio da visita, toca o telefone. Era o Cururu, também bandeado pelas terras da rainha, meu "melhor melhor amigo" e a pessoa que me batizou de M.R. Ficamos quase uma hora trovando, como nos velhos tempos que a gente se ligava e ficava falando muita bobagem por mais de hora – para desespero da mãe dele, que pagava a conta.
Depois, volto pra sala e tá rolando um lanchinho com pizza de sardinha! Putz, pizza de sardinha de mãe é o que há! Ainda bem que fui correr hoje de manhã! ;)
Tuesday, January 16, 2007
Será que Freud explica?
Já o segundo sonho foi bem divertido. Há muito tempo não tinha sonhos do tipo aventura. Nesse, minha mãe e eu estávamos em apuros e eu tinha que pular obstáculos, correr de bandidos e de polícia, fugir de cativeiros. Estranho mais uma vez. Eu nem curto tanto assim filmes de aventura. Mas o tal sonho me proporcionou tanto prazer que, ao acordar durante uma ação importante, voltei a dormir e tentei recuperar o fio da meada, com um certo êxito. Não consigo mais lembrar o desfecho da história, até porque acho bem provável que não tenha tido algum.
É, talvez esteja faltando um pouco de "aventura" nas bandas de cá da vida real! :P
Sunday, January 14, 2007
( )
O estranho disso tudo é que, mesmo com tantos momentos de lazer, não consegui livrar-me de uma sensação de vazio que começou no meio do domingo e foi crescendo, incomodando, até mesmo doendo um pouco. Fui ficando introspectiva, sem muita vontade de falar, sem muita vontade de me expor. E o pior é saber que tenho um universo de pensamentos e sentimentos – ainda que confusos, estranhos, muitos deles até bobos e infantis – que precisam de um caminho de expressão. Admito que, em diversas fases, fui displicente e nada esforçada na procura desse caminho. A contramão seduz porque às vezes é realmente muito mais fácil fechar-se e ponto. Mas hoje não era o caso. Não queria a contramão, muito pelo contrário, mas queria um estímulo externo, um interesse, uma pergunta.
Se paro e reeleio o que escrevi acima, abstraio dois sentimentos escritos à caneta (não apagariam tão fácil) nas entrelinhas: saudade e solidão. Sinto, como nunca, falta dos amigos que me instigavam, estimulavam. E ainda que a saudade seja nada mais nada menos do que perceber o quanto algo ou alguém "está em mim", assimilado, precisava deles para um chimas na redenção, um boteco na lima e silva, um sorvete no jóia, uma conversa longa de telefone sem DDI.
Bom, acho que também deu pra perceber que tô carente...
Saturday, January 13, 2007
Embarque imediato
Baudelaire tinha atração por portos, cais, estações ferroviárias, trens, navios e quartos de hotel. Sentia-se mais à vontade nos lugares transitórios, como cais, estações de trem etc, do que no destino final ou sua própria residência.
Ah, se eu tivesse grana...
Thursday, January 11, 2007
Um pouco de futilidade
Bah, post totalmente fútil, mas o intuito era esse mesmo: escrever um pouco de bobagem. Fora do mundinho virtual tô tentando rever algumas leituras, voltando a me dedicar a estudar Huxley, lendo mais sobre civilizações pré-colombianas. Claro, vendo também a finaleira de "Chocolate com Pimenta", no Vale a Pena Ver de Novo! :P
Wednesday, January 10, 2007
A "nossa" Abbey Road
Bom, explicando um pouco do contexto da foto: esse foi um dos nossos loucos dias de turista em Londres. Queríamos conhecer a Abbey Road – a tal rua do tal disco dos Beatles, em que eles estão atravessando em fila uma faixa de segurança. Procuramos no London A-Z (guia de ruas com mapas) e fomos atrás da tal rua. Apenas esquecemos do pequeno detalhe de que lá pode ter mais de uma rua com o mesmo nome, o que as diferencia é o código postal. Óbvio que os "Zé Panacas" foram parar numa Abbey Road muuuuuuuuuuuuuuuuito longe! Enfim, sem querer, achamos o cenário perfeito para a foto que reúne as cinco pessoas que se divertiram, esfolaram-se, mas, principalmente, cresceram juntas num período que volta sempre com uma saudade latente no peito.
Monday, January 08, 2007
"Let the music take your mind..."
Momento trívia: a música "Blue Monday" é o single que mais vendeu na história da música. O problema é que o selo inglês Factory – responsável pela banda – era independente (traduzindo: não era da "máfia", não era reconhecido pela Industria Fonográfica Britânica), portanto, eles não ganharam o disco de ouro. Mesmo tendo vendido mais de 1 milhão de cópias só no Reino Unido.
Pra quem curte, vale ver o filme "24 hour party people" ("A festa nunca termina", em português). É uma espécie de documentário sobre a história da Factory, o selo; da The Haçienda, a casa noturna fundada pela Factory eo New Order; de como a Joy Division virou New Order e o surgimento da febre pela música eletrônica no Reino Unido. Por conseqüência, a febre do ecstasy também.
Wednesday, January 03, 2007
Da minha mania de autosabotagem
O Sul é meu primeiro estágio em jornalismo. Poder estagiar na minha áerea me deixou bem contente no início. Mas logo aquela rotina maluca de trabalhar à noite e de não estar de folga todos os finais de semana foi me deixando cansada. Melhor, enjoada é a palavra. Então, muito desde o início, eu já tinha marcado data para sair de lá. Coloquei em mente que não renovaria o contrato em dezembro de 2006, pois um ano já parecia tempo suficiente. E o engraçado é que, inconscientemente, eu acabava não criando vínculo com o lugar, nem mesmo com os colegas – a não ser meus colegas de estágio na geral, o Isma e o Skrotzky, que tornavam sempre as noites muito mais divertidas.
Os planos então eram juntar dinheiro e viajar. A princípio, para qualquer lugar. Uma espécie de contrato comigo mesma de que faria uma pausa pra viver, pra curtir. Depois, surgiu a vontade de ir para o Universo Paralello, festival de trance de Ano-Novo na Bahia. E tudo estava absolutamente certo... até outubro. Foi nessa época que um novo tufão passou. Coração, família, grana, demissões de estagiários no jornal. Meu mundo fora do jornal bagunçou-se de uma maneira, que hoje me sinto dependente daquele ambiente, daquela rotina que me livra do pensar no "lá fora". A viagem pra Bahia acabou não acontecendo, renovei contrato por mais seis meses e, por mais que eu saiba que o ideal agora era sair de lá e partir pra outro rumo, sinto que sentiria uma falta imensa.
Bom, a única certeza que tenho agora é que preciso lutar um pouco contra essa minha tendência de acomodação. Que alguma luz surja nos próximos dias!