Thursday, December 13, 2007

Você aprendeu as regras: ande dez casas

Voltei a correr. Depois de dois meses parada. A dor pelo corpo é grande, depois de tanto tempo, mas o preço é pouco pela sensação deliciosa da endorfina que bombeia pelo corpo. Ainda mais agora, tão próximo do verão, quando o sol e a brisa quente deixam que a pele se entorpeça deles. É, porque o bom da vida é isso mesmo, o deixar-se entorpecer.
Fazer esportes, evitar frituras e gorduras trans, não beber, não fumar, o que é isso tudo, quando, na verdade, jogamos todos os mesmos jogos de azar e sorte?
Não é sempre que se morre dormindo, como meu avô, que já nem sabia bem quem era, onde estava, quem era sua esposa. Às vezes, acontece assim, meio de sopetão, como meu tio. Um assalto. Um tiro acerta a coluna. Sua sobrevida, por alguns dias, permite que os familiares ainda possam se despedir. Mas como será ter que se despedir da vida? Ter a consciência de que é a hora, mesmo quando se quer ficar? Tem vezes que não dá tempo de dizer tchau. Não dá tempo sequer de tomar conhecimento de que se está indo embora, como meu pai.
Na verdade, o jogo do acaso deve ser encarado mais ou menos como o Jogo da Vida. É, aquele mesmo, que mandava a gente andar casas quando nos formávamos em jornalismo, vê se pode. Não ganha quem termina antes ou depois. Porque terminar não importa. Eu não corro pela boa saúde, eu corro pelo entorpecimento. Eu amo pelo entorpecimento. Eu brinco e rio pelo entorpecimento. Vão me dizer: o prazer é efêmero. E daí? O que não é, se a linha de chegada é imprevisível?

Tuesday, November 13, 2007

Nossa despedida

Tanta coisa que a gente se esforça para lembrar nos mínimos detalhes e, quando a gente vê, a memória vai apagando, como a foto de Marty McFly em De Volta para o Futuro – cada vez que ele olha para ela, tem um detalhe a menos.
Em compensação, tem fatos que não apenas marcam, como também se assemelham a um hipertexto, basta um linkzinho e foi, volta tudo bem nítido, rico em detalhes.
Vou demorar a esquecer o dia em que tive que contar para minha mãe sobre a morte do pai. O desespero dela, o espanto. Ter que segurar o choro, esquecer por milésimos de segundo a própria dor para ser a muleta da pessoa que viveu com ele por 51 anos. Também vai ser longo o tempo para que não fique mais com um certo medo cada vez que toca o telefone no trabalho.
Desde o dia que meu irmão me deu a notícia, por telefone, que eu não veria mais meu pai, sem nem ao menos me despedir, eu faço um esforço enorme para lembrar dos nossos últimos momentos. E tudo parece como os flashbacks de novelas, coberto por névoas. A última lembrança é o cabelinho despenteado parado na frente da porta do meu quarto, como ele fazia todas as manhãs, para conferir se eu não tinha me atrasado.
À cada noite, ficava torcendo para sonhar com ele, vê-lo mais um pouco. Mas eram sempre sonhos bobos, com uma presença nada nítida, em contextos estranhos. Mas também tinha medo de sonhar que era tudo uma mentira e ter que acordar com o que era real.
Então aconteceu o que, mesmo sempre tão cética, quase acredito não ter sido sonho, mas a maneira que ele arranjou para me deixar tranqüila.
Sonhei com ele em uma tarde de domingo. Ele tinha voltado, como se nada tivesse ocorrido. Não tinha mais ninguém, só nós dois. Era ele tipicamente, sem nenhuma atitude diversa, nítido, real, tangível. Então, olhou para mim com aquela expressão de pai orgulhoso que sempre fazia quando me confiava um segredo: "Tu sabe o que aconteceu, né? E que eu preciso ir?". Não podia ficar porque tinha recebido um "cargo" de Deus. Seria seu conselheiro de justiça. Contou-me aquilo com a felicidade de quem tinha agora uma função a sua altura.
Sem perder a oportunidade, perguntei se eu o tinha abraçado e dito o quanto amava suficientemente durante nosso tempo juntos. Ele me abraçou mais uma vez. Bem forte. "Sim, pode ficar tranqüila." O sonho acabou quando o vi ir embora, assumir sua nova e importante missão. A primeira, a de ter deixado um tantão dele em mim e em outros sete, já estava cumprida.

Wednesday, October 31, 2007

"A ausência é um estar em mim..."

O título é um trecho de um poema do Carlos Drummond de Andrade. Achei-o perfeito para definir a saudade que tem andado comigo, sem descanso...
O beijo na textura da pele já envelhecida de um coração jovem.
O "grunhido" quando eu dava um abraço de quebrar ossos (que eu fazia só para o ouvir o barulhinho simpático, eu confesso).
O peso da mão no meu ombro quando caminhávamos juntos – e toda segurança que isso passava
O "eu te amo" mais completo do mundo. Uma frase pequena, mas sempre coberta de adereços – o olhar caramelo esverdeado cheio de carinho, o sorriso, a simpatia incansável.
O pedido de cafuné e a textura do cabelinho bem liso e grisalho.
As conversas, a inteligência de um homem autodidata que, mesmo sem ter terminado sequer o colégio, falava quatro línguas.
Não há saudade onde não há presença...

Monday, October 15, 2007

...

- Tu teve mais sorte que aquele ali, ó - aponta o enfermeiro do HPS para um cara em uma maca com o braço sendo todo costurado após um ataque de rottweiller.
O que eu fazia ali? Tava tomando a anti-tetânica por causa de um poodle histérico que resolveu me morder enquanto eu corria pela 24 de Outubro.

Wednesday, October 03, 2007

Wednesday, September 26, 2007

Oscar 2008

E não é que o meia-boquíssima O Ano em que meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburguer, bateu Tropa de Elite, de José Padilha, na disputa por uma vaga para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro? Isso porque a escolha da estatueta nada tem a ver com o gosto do público, mas com o bando de sexagenários da Academia. Eu, hein!

Sunday, September 23, 2007

Atualização

Só pra quem não tinha visto o corte "novo" ainda!

Tuesday, September 04, 2007

...

Hoje eu voltei pra casa pensando o que ganham algumas pessoas sendo grosseiras e medíocres...
E isso importa? Não, porque ganhei eu, por poder então perceber tão mais vivaz a acolhida despretensiosa de um amigo. E é por essas horas que o convívio vale a pena.

Monday, September 03, 2007

lie la lie....

Eu não vivo sem música. Eu preciso de "trilha" quase o tempo todo. No entanto, vez por outra aparece alguma especial, dessas que toca mesmo o coração. Antes de acusar a breguice da última frase, ouça três canções:
- The Boxer, com Joan Baez e Simon & Garfunkel ("I'm leaving, I'm leaving, but the figther still remains...")
- Let it be, na voz dela de novo
- Gracias a la Vida, e ela, once again! Só que na companhia de ninguém menos do que Mercedes Sosa

Acho que dá pra entender, né?

Sunday, September 02, 2007

Today's fortune

Vejam só minha sorte de hoje do orkut: "Coisas boas estão sendo ditas sobre você".
Ok, que bom. Melhor ainda se dissessem diretamente pra mim!

Comfortably numb

Foda-se! Um grande foda-se!
Perdoem-me todas as cabeças pensantes, inclusive a minha. A ela vou dar uma espécie de licença-saúde. Uma licença-alienação. Não quero pensar profundamente sobre absolutamente nada.
Sabem aqueles grandes quebra-cabeças de mil peças com castelos da Bavaria? Pois é, às vezes eu sinto como se fosse aquela peça chutada para baixo do sofá...
E a cabeça cansa de tanto tentar entender isso o tempo todo. Mas eu não vou desistir... só hoje.
Até lá, quem será que matou a Taís? :P

Friday, August 24, 2007

...

Odeio a sensação de ser um farelo no meio de um monte de gente.
Uma massa que não te ignora, dá até pra dizer que todos te querem um pouco bem...
Foda mesmo é que, como diria Raul, "a gente nasceu pra querer" e hoje eu queria ser superlativo. Um "-ão" pra um alguém que fosse.

Tuesday, August 21, 2007

Do baú de memórias


Mazaaaa, viu só, Bia? não é só tu que tem fotinho nossa em Greenwich! :P
e a minha deve até tá valendo uma graninha, depois que "torrou" o Cutty Sark!

Wednesday, August 15, 2007

Novos Prazeres *

Foi durante uma pausa na criação de um dos seus mais famosos livros – "Admirável Mundo Novo" – que Aldous Huxley escreveu um ensaio sobre os costumes e as práticas de uma sociedade hedonista, a qual pôde observar em temporada na Riviera Francesa.
Huxley acreditava que, mesmo a ciência do século XIX tendo descoberto a técnica da descoberta e, com isso, chegando-se à era das invenções, ninguém conseguiu inventar um novo prazer. Para o autor, as modernas indústrias de prazer do seu tempo não ofereciam nada diferente ou melhor do que tinham os romanos ou egípcios. O cinema, o rádio, os espetáculos são todos proporcionados por aparatos modernos, o que não significa necessariamente que a diversão produto deles seja moderna. Huxley pensava que "tudo o que essas máquinas novas fazem é tornar acessível a um público maior o drama, a pantomima e a música que, desde tempos imemoriais, divertiam o lazer da humanidade". No entanto, na Riviera, esses prazeres mecanicamente reproduzidos não eram encorajados, pois, justamente por ser uma estação de prazer, ali o objetivo era fazer turistas gastarem o máximo de dinheiro possível em um mínimo espaço de tempo. Assim como nossos ancestrais, nesses lugares poderia ser tudo experimentado ao vivo, sem intermediações mecânicas: comer e beber demais, observar bailarinas semi-nuas, estimular o apetite sexual, dançar, jogar e observar os jogos. E, na Riviera, principalmente, o tradicional jogo de apostas. O autor considera que apostar é tão ou mais antigo que o dinheiro. "Tão antigo quanto a própria natureza humana, ou pelo menos tão antigo quanto o tédio, tão antigo quanto a ânsia por excitações artificiais e emoções fictícias."
Encerradas a lista de prazeres proporcionados pelas estações de diversão, fica a certeza de que todos esses prazeres, para aqueles que podem pagar por eles, estão mesmo é situados num certo campo emocional que Huxley definiu como complexo de prazer/dor do esnobismo. A "exclusividade" das diversões é capaz de dar incrível satisfação às pessoas. Mas o esnobismo também pode causar prazeres extraordinários, pois as pessoas gostam de sentir-se como "eleitos" e pensar no rebanho pobre e vulgar lá fora, impossibilitado de desfrutar dos prazeres para os quais apenas esses eleitos podem comprar ingressos.
Entretanto, é também o esnobismo uma forma muito antiga de prazer. O autor acreditava viver a era das invenções, mas não entendia como ninguém fora capaz de "pensar num modo inteiramente novo de estimular agradavelmente nossos sentidos ou evocar reações emocionais agradáveis". Até aquele momento, a tarefa dos "mercadores" do prazer era encontrar o que Huxley chama de Máximo Denominador Comum de diversão, ou seja, uma diversão pouco especializada. Com isso, os apelos de prazer tornam-se muito limitados, pois tentam atingir apenas o que há de comum e simples nas características humanas gerais, desconsiderando todas as idiossincrasias psicológicas.
Baseado em tudo isso, o grande desejo de Aldous Huxley era ser multimilionário para poder financiar um grupo de pesquisadores para procurar uma espécie de intoxicante ideal: "Se pudéssemos cheirar ou engolir algo que pudesse, durante cinco ou seis horas por dia, abolir nossa solidão como indivíduos, harmonizarmos com nossos semelhantes numa cálida exaltação de afeição e fazer a vida em todos os seus aspectos parecer não apenas digna de ser vivida, mas divinamente bela e importante, e se essa droga celestial, que transfigura o mundo, fosse de um tipo que pudéssemos acordar no dia seguinte de cabeça leve e físico ileso – então, parece-me, todos os nossos problemas (e não apenas o único pequenino problema de se descobrir um novo prazer) ficariam inteiramente resolvidos e a Terra se tornaria o paraíso".
Huxley termina o ensaio dizendo que a sensação mais próxima à experiência dessa droga – mas ainda infinitamente distante – seria a emoção da velocidade, essa sim produto da modernidade. Os homens sempre teriam gostado da velocidade, mas eram limitados pela capacidade do cavalo. Hoje, o automóvel é suficientemente pequeno e próximo do solo pra conseguir fornecer a velocidade inebriante que se conseguia com o cavalo a galope.

Apenas uma síntese do ensaio "Procura-se um novo prazer" publicado em uma coletânea – intitulada "Moksha" – de ensaios escritos por Aldous Huxley sobre psicotrópicos e experiências visionárias. O texto é de 1931. Minha pergunta é: hoje, há alguma mudança significativa no "mercado" de prazeres? Ou, mesmo com todo o aparato tecnológico, ainda vivemos apenas variações do mesmo tema?

* A falta de tempo e inspiração me fez querer repostar esse texto. Sorry... como na época em que puliquei o blog ainda não tinha muitos leitores (se tinha algum!), pode ser que agora alguém se interesse

Sunday, August 05, 2007

Lá lá lá

Há pouco mais de mês me rendi a ter um mp4 – que, aliás, quase foi levado dia desses, mas isso é outra história... Enfim, a questão é que, em função da nova aquisição, tenho me aproveitado pra ouvir muita coisa que não conhecia, rever outras tantas e ouvir incessantemente o que não me cansa de forma alguma.
Entre as maravilhas mais antigas, tenho que citar The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, do David Bowie, de 1972. O álbum foi considerado o melhor dos anos 70 pela Melody Maker, jornal britânico sobre música. É uma espécie de ópera rock, pois conta a história de um rockstar de outro planeta em visita à Terra – auge da fase glam rock do Bowie. Gosto bastante, particularmente, da primeira faixa, "Five Years", se é que dá para destacar uma só. Ah, e não poderia deixar de lembrar que é desse trabalho a música "Starman", que inspirou a versão "Astronauta de Mármore", do Nenhum de Nós.
Lá da infância veio a vontade de ouvir Raul Seixas. Um dos meus irmãos que eu mais gostava quando criança tocava muito Raulzito no violão. E eu, muito fã, ouvia tudo. Por isso que não me admira o fato de, mesmo depois de tanto tempo, eu saber de cor todas as letras: "... eu me lembro do dia em que você entrou num bode... quebrou minha vitrola e minha coleção de Pink Floyd..." (Tu és o MDC da Minha Vida). Bah, muito clássico!
E se eu tivesse que dizer uma música que eu nunca vou cansar de ouvir, essa música é "Shine on you crazy diamond" e todas as suas partes, do álbum Wish You Here, do Pink Floyd. Ô cançãozinha capaz de me fazer ir muito longe essa! Mas no terreno dos muito viajantes, dá pra dizer que o álbum Atom Heart Mother, também do Pink, é maravilhoso. Na verdade, sou sempre suspeita pra falar deles. Ah, quando lembro do que foi aquele show do Roger Waters em Porto Alegre em 2002...
Para finalizar, tenho baixado electroclash ("Fischerspooner" tá rolando direto no tal mp4), electrorock, indie e tantas outras cositas divertidas, lascivas e dançantes! :P

Wednesday, August 01, 2007

[lugar do título]

Sorry, mas um periodozinho de anti-sociabilidade quase crônica atingiu também o blog. Por uma semana eu fugi de quase todo tipo de convívio, inclusive virtual.
Tá, também faltou um pouco de assunto, admito. Férias da faculdade bem maomenos essas. Nem terminar algum livro eu consegui. Me entreguei novamente à vida de promiscuidade literária. Há mais de mês vago entre "Taras Bulba", do Gogol, e "The Picture of Dorian Gray", do Oscar Wilde. Sim, assim mesmo, em inglês, pra dar uma desenferrujada na leitura em outra língua. E por que eu tenho essa mania de fugir do método cartesiano, hein? Sempre querendo apostar que se pode ir do mais difícil ao mais fácil. Tá, já consegui, em três capítulos, perceber que o Dorian Gray é "o cara" e que dois caras querem comer ele. Fora isso, haja saco pra procurar toda hora no dicionário palavras do inglês arcaico. Enfim, um livro ótimo, de qualquer maneira, mas ainda me falta pique para terminar. O problema é que eu fico me coçando, cada vez que lembro todas as outras coisas que ainda faltam ler. Borges, eu tenho que ler Jorge Luis Borges. Tchekov, Caio Fernando Abreu, Raymond Chandler... Releituras... Sim, também tem um monte de coisa boa que eu li quando eu era uma pirralha e que quero ler de novo. "Insustentável Levez do Ser", do Kundera, "Apanhador no Campo de Centeio", do Salinger. Teminar alguns que não fui até o fim, como "O Vermelho e o Negro", do Sthendal, "Robinson Crusoé", do Daniel Dafoe. Esse, então, é um mistério. Eu consegui lê-lo por todo o momento em que Crusoé fica preso na ilha e achei muito monótono quando ele volta à civilização. Detalhe, a civilização é que se tornou uma xaropice e, não, tantos anos de reclusão na ilha até que Sexta-Feira aparecesse. Talvez meu eu anti-social tenha curtido o cenário!

Sunday, July 22, 2007

...

Sabe quando algo é tão bonito aos teus olhos, mas não tem como explicar por que exatamente?
Ontem, cheguei em casa e estava dando "Adeus, Lenin" na TV. Já estava para além da metade, mas ainda assim parei pra ver – pela quarta vez, acho!
A verdade é que toda vez fico encantada com a cena da mãe do Alex saindo de casa pela primeira vez após o enfarte e, quando ela tenta atravessar a rua, passa um helicóptero com a estátua de Lenin, como se ele lhe estendesse a mão.

Thursday, June 28, 2007

Obs

Tô muito na corrida até amanhã, mas também não queria deixar o blog tão abandonado, por isso, aproveitei a crítica que fiz para a cadeira de redação para dar uma atualizada.
Espero que gostem.

Philip Roth revela seu complexo de ironia

Masturbação, pornografia, ironias religiosas, problemas dentro de uma família judia, crítica a uma sociedade extremamente individualista. Esses e mais tantos ingredientes picantes compõem O Complexo de Portnoy, best-seller do norte-americano Philip Roth (autor de Goodbye, Columbus e Pastoral Americana, entre outros clássicos), que o consagrou como um dos grandes nomes da literatura dos EUA. Lançado por lá em 1969, o livro chegou ao Brasil pela primeira vez somente 20 anos depois e agora encabeça a lista de relançamentos de algumas obras de Roth pela Companhia das Letras.

À época de seu lançamento, muitos críticos tiveram extrema dificuldade em aceitar a narrativa do personagem Alexander Portnoy como um best-seller. A história do jovem judeu que descreve a um psicanalista – nem sempre de forma linear – suas memórias da infância e adolescência, nos anos 40, até o momento em que se encontra com 33 anos, foi considerada por muitos como extremamente pornográfica. A verdade é que Alex realmente narra suas peripécias sexuais com uma linguagem às vezes bastante vulgar. Uma pontinha de complexo de Édipo é também percebida quando está com outras mulheres e lembra da mãe superprotetora. Imagine-se isso para aquele tempo – virada da década de 60 para 70 –, quando havia um forte movimento moralista que tentava abafar a emergência do movimento hippie. O que igualmente incomodou a crítica é que o texto de Roth é bastante ácido quando caracteriza a sociedade norte-americana da época e sua moral burguesa. Quanto aos trechos que narram costumes da família de Portnoy, muitos deles foram considerados pejorativos pela comunidade judaica. Por outro lado, as religiões cristãs também não escapam das ironias do personagem.

O que fez da obra de Roth um sucesso de vendas, então, apesar de causar tanto susto na crítica? Porque poucos não conseguem se render a um texto que flui tão bem, com senso de humor na dose certa, entre assuntos nem sempre tão “digeríveis”, como problemas familiares, adolescência conturbada, sexo, religião. Se o que há de pornográfico no livro já não causa tanto furor na sociedade – talvez menos moralista –, há de se esperar que a história continue conquistando muitos leitores ainda por bastante tempo.

O Complexo de Portnoy
Autor: Philip Roth
Tradução: Paulo Henriques Britto
Editora: Cia das Letras
Preço:
R$ 44,00 (264 págs.)

Sunday, June 17, 2007

Dos desejos materiais mais bobos


Quem nunca quis ter uma piscina de bolinhas mesmo depois de adulto? eu ainda vou ter...

Friday, June 15, 2007

Mas hein?

Será que descobrir aos 27 anos que ser um pouco irresponsável pode ser beeeeeeeeeeeem divertido é muita cara-dura?
É, tô até agora rindo das minhas aprontadas da semana...
Continuo de muito bom-humor. Daqueles que fazem o resto da vida render. Idéias muitas e disposição surgiram para os trabalhos da faculdade. Só tô chateada que tive que abandonar a vida literária por um tempo pra ler um monte de coisa técnica. Enfim, faz parte!

boooooooommmmmmmmm finde pra quem passar por aqui!

Tuesday, June 12, 2007

Felicidade



A brincadeira de hoje é: "Use os comentários e responda ao Charlie Brown" :P

Thursday, June 07, 2007

....

O estranho dos feriados durante a semana é que a gente liga a TV esperando encontrar o Faustão e tá rolando Vale a Pena Ver de Novo. Só pra transtornar o relógio biológico da pessoa.

:P

Wednesday, June 06, 2007

A idéia de que coisas interessantes, malucas e surpreendentes podem acontecer quando e onde menos se espera tem me deixado de muito bom-humor nos últimos dias. Tanto quanto perceber que pessoas ainda podem ser originais e ao mesmo tempo deliciosamente meigas...
É, acho que tô feliz...

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Monday, June 04, 2007

Só daqui a 12 dias...

Ai, ai...
Foi-se mais um finde de folga.
Nesse nem deu tempo de dormir e descansar. Coisas pra fazer de sexta a domingo.
Mas e daí? Pra quê dormir quando se pode cometer pequenas loucurinhas por aí?
Sábado, por muito pouco não fico em casa, mas decidi arriscar. Fui na Open Beco, festa de bebida liberada do Beco que rolou no Depósito de Teatro. Muita coisa bacana rolou nesse dia, mas destaco o fato de que há tempos eu não saía e me sentia tão "dentro de um contexto". O tipo de lugar em que eu poderia chegar sozinha e ainda assim não me sentiria perdida. Destaque também para o quentão liberado naquele dia tãããão frio!
ah, e claro... para as pequenas loucurinhas fica o lugar de honra ;)

Thursday, May 31, 2007

Verdades universais do paladar (1)

* CUIDADO: já aviso que não leiam aqueles que facilmente sentem-se ofendidos com textos repletos de generalizações. Quem se encaixar em alguma exceção, por favor, os comentários estão aí para isso.

Não é preciso muito tempo de convivência comigo para saber que existe uma Magali dentro de mim. Ou, como diriam alguns amigos meus, "que eu como feito um guri". No entanto, mesmo os melhores de garfo mantêm alguns critérios gastronômicos. Listo aqui algumas observações e classificações que fiz sobre o assunto durante a vida:

Alimentos que ninguém com menos de 50 anos gosta
* frutas cristalizadas - Ora!!! pra quê comer isso? Uma paradinha que nem tem gosto de fruta, com cores bizarras e que mais parece aquelas cascas que se formam na gelatina do que qualquer outra coisa.
* doce de abóbora - vamos combinar que até aquela abóbora com carne moída que a mãe da gente faz só se come por questões de pirâmide alimentar. Agora, doce de abóbora? pior ainda aquelas que parecem uma cocada laranja e que vem em bandeijas de isopor, argh! (tá, já tô até vendo os comentários do tipo: "isso porque tu nunca comeu o da minha vó". Ah, não vou comer mesmo. Nego, nego, nego!)

Alimentos que não tem como não gostar
* queijo - ahn? como assim? repete: tu não come queijo? Como é que tu sobreviveu a todos aqueles aniversários da turma
de adolescência, comemorados em rodízios de pizza?
* batata frita - ah, não. Não tem como fazer qualquer comentário. Pessoas que não gostam de batata frita não merecem crédito.
* maionese - fala sério? maionese, a mãe salvadora de todas as comidas sem sabor. Quem nunca salvou aquela massa sem sal ou que ficou uma paçoca com o famoso dueto maionese e catchup?

to be continued...
Tempos desses eu ouvi uma entrevista do Hique Gomes na rádio em que ele dizia que a gente sempre deve cultivar o "clown" que existe interiormente em cada um.
Sempre fui uma tremenda palhaça. Sério. Mas não uma palhaça assim, que se mostra facilmente. Só respondo aos bons estímulos. Acho que por isso, recentemente, vinha me sentindo tão triste... parte de mim tava quietinha demais, esperando algum desses estímulos.
Hoje eu tive alguns e fiquei tão bem-humorada... :P

Tuesday, May 29, 2007

Bbuuuurrrrrrrrrr.......

Mas bah...

Minha depressão sazonal só me permite uma afirmação hoje: QUEM OUSAR ME DIZER QUE GOSTA DE FRIO LEVA UM BELISCÃO PARA APRENDER A NÃO FAZER MALCRIAÇÃO!!!

:P

Friday, May 25, 2007

Tempo instável

Tem dores que não tem como escapar, principalmente as amorosas. Te atirou na chuva? Deixa molhar, mesmo que a gripe te ponha de cama logo após. O lance é saber que daqui a pouco passa... mais do que isso: saber que nunca, mas nunca mesmo, deve se perder a ilusão de que pode chover a qualque instante para aqueles que se deixam molhar.

Tuesday, May 22, 2007

Quando tudo fizer questão de parecer tão tedioso, lembre-se: é só uma questão de mudar de perspectiva :P

Eu, plantando bananeira em Londres, no lugar que representa o meridiano de Greenwich.

Sunday, May 20, 2007

Feels so good

O lance é não criar expectativas sobre nada. Nunca.
Os relances de bom acaso não se deixam pintar numa tela que não seja esta: branca, branquinha, pronta para o novo e para o colorido.

Colecionei mais algumas boas telas nesse início de finde! :P

Thursday, May 17, 2007

1,2,3....10

Por que que quanto mais propenso se fica a cair em tentações, mais elas aparecem?
Autocontrole, Maria Rita, autocontrole...

Tuesday, May 15, 2007

...


"Don't ask her why she needs to be so free
She'll tell you it's the only way to be..."

Monday, May 14, 2007

Mamis

Tem que fazer coro aos inúmeros posts referentes ao Dia das Mães, claro.
Se a minha mãe é a melhor do mundo, não tenho suficiente conhecimento pra dizer. Digo que ela é uma das mais corajosas, pois ter oito filhos não é pra qualquer uma – ainda mais que sete deles são homens e foram gurizes muitíssimo capetas!
Mas tenho toda a certeza que ela é a senhora das expressões mais engraçadas. Afinal, quem já ouviu uma conversação desse tipo:
"Mãe, tô bonita?"
"Claro, guria. Quem dera eu tivesse esse rosto pra um dia de festa."

:P

Friday, May 11, 2007

Procura-se

Perco algumas horas de sono procurando refazer caminhos e descobrir em que parte do percurso eu me perdi de mim mesma. O que se é quando a gente não se reconhece? Se em algum momento me desfiz em partes na brincadeira de novas reconstruções do ser, perdi algumas peças que agora me fazem falta.
Mas pra dizer a verdade mesmo, a culpa é do outro. É, isso mesmo, aquele outro, meu espelho, meu reflexo, o meu legitimar-se no mundo... onde estás, hein?

Monday, May 07, 2007

Sarkozy X Royal

A surpresa que se esperava não aconteceu na França. Sarkozy acabou levando mesmo a melhor. Há doze anos afastada do poder, o que vai ser da esquerda francesa após mais essa derrota?

Sunday, May 06, 2007

Werther e a vida

"Que a vida é apenas um sonho já antes de mim outros o disseram, e é esta uma idéia que me persegue por toda parte. Quando vejo em que estreitos limites se encerram as belas faculdades do homem; quando vejo que a sua atividade e a sua inteligência se esgotam para a simples satisfação de necessidades tendentes a prolongar uma existência desgraçada; quando considero que a sua tranqüilidade, em presença de certos problemas da vida, é tão somente uma ilusória resignação, como seria a do prisioneiro cujo cárcere tivesse as paredes revestidas de pinturas atraentes e variadas, então, meu caro Guilherme, concentro o espírito em recolhimento e encontro nele um mundo de pensamentos... ou antes de percepções confusas e de vagos desejos..." *

Caramba!!! Pessimista o Werther? quase nada :P

* Trecho de "Os Sofrimentos de Werther", Goethe.

Thursday, May 03, 2007

Conversas quase anônimas de msn

Sinceramente? Eu sei que eu sou uma pessoa legal e de bom caráter. Não costumo ter falsa modéstia quanto a isso. Fosse diferente, não tinha tanto bom amigo nessa vida – pena que muitos deles estejam longe.
Enfim, a questão é que volta e meia pensamentos mesquinhos também batem pela minha cachola, afinal, ninguém é de ferro. Inda bem que, pelo menos no meu caso, não passam de sinapses tortas e quase nunca se concretizam.
Esses dias ainda tava falando por msn com uma pessoa X, bem importante pra mim, e eu comentei que parcas vezes eu joguei baixo em relacionamentos amorosos. Principalmente quando envolviam terceiros. E ainda hora dessas tava pensando em um desses rompantes e me senti até envergonhada (e juro, nem foi nada demais). Meu comentário foi: "Será que por causa dessas poucas vezes eu posso ir pro inferno?". Reposta: "Eu aposto que tu tá livre do inferno... ou tu vai ter que começar a te puxar muito..."
Bobo, eu sei, mas eu achei um elogio tão bonitinho...

Tuesday, May 01, 2007

Bons tempos eram aqueles...


Por que boa parte dos meus melhores amigos mora longe, hein?
tanta saudade do Brício (foto), Coral, Isma...

"Ponha um pouco de amor na sua vida..."

Ah, tanto tempo que não ouvia esse música... tocou hoje na rádio enquanto eu ia para o trabalho... Um trechinho:

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Falado

Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Vinicius de Moraes e Baden Powell, "Samba da Benção"

Obs.: é desse música uma das frases mais bonitinhas que já ouvi: "A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida".

Sunday, April 29, 2007

Felicidade por Charlie Brown


Bem que podia ser simples assim, né?

Saturday, April 28, 2007

Um pouco de história em casa

Ser filha temporona tem lá as suas vantagens...
Eu adoro história e, por vezes, esqueço que meus pais, por já terem uma idade avançada, viveram momentos importantes dela.
Sabia que meu pai tinha trabalhado no Diários Associados, do Chateubriand, mas hoje é que fui perguntar quando e como foi. Ao mesmo tempo que trabalhava no Citybank, também estava no Diários, de 1953 a 1954, quando tinha 21, 22 anos. Suas funções eram de tradutor e redator auxiliar. Traduzia os textos em espanhol e inglês que vinham pelo teletipo e transformava em notícia. Na época, rolava a insurreição dos Mau-Mau, no Quênia, e contou-me que era o que mais traduzia. Saiu do jornal com o incêndio do Diários Associados no suícidio de Getúlio.
Outra coisa fascinante é que meu pai tem apenas o 1º grau, mas a educação era tão forte naquela época (tinha até latim), que ele sabe falar inglês, espanhol e francês – por isso os empregos de tradutor. Fala também um pouco de alemão, pois meus avós falavam.

Thursday, April 26, 2007

A tia metida à "engraçadinha"

Eu tinha uns 16, 17 anos. Ela, uns 4 ou 5. Folheávamos juntas – tia e sobrinha – uma revista qualquer. Paro o olhar em uma propaganda de perfume que ocupava duas páginas. Na extrema ponta da página direita, o vidro da fragância. Na página esquerda, um rosto de mulher, cujo nariz estava esticado até a outra página – sim, como o Pinóquio. Resolvo então ter um rompante de senso de humor apimentado com doses de pedagogia barata e faço a brincadeira: "Olha só, se mentir demais acontece a mesma coisa com o teu nariz".

A garotinha me observa alguns segundos e, bem séria, diz: "Tia, tu mentiu muito?".

Tuesday, April 24, 2007

Jeito Charlie Brown de ser...

Quem nunca se identificou com o "Minduim"?

Obs.: se clicar na figura dá pra ler melhor

Sunday, April 22, 2007

Ufa...

Ânimos quase voltando ao normal após o finde de hormônios alterados. Confesso que sábado à noite foi até mesmo muito divertido. Bebi, dancei, cantei e ri muito...

Mas também confesso que parte do divertido se deve ao fato de ter conseguido ficar alheia às velhas crises que querem voltar a morder meu calcanhar. Será que elas não podem me dar uma folguinha mais prolongada, não?

Saturday, April 21, 2007

Carente...

"Todas as pessoas que eu conheço
Cabem bem juntinhas na palma da mão
Pra você guardei um universo
Quando falta espaço eu faço verso e durmo na canção"

Dormi duas horas noite passada, mas uma carência assim, quase dolorida, ainda não me deixou pregar o olho – mesmo que passe de três da manhã. Por causa dela tô aqui pensando um monte de bobagens, enquanto ouço Nei Lisboa.

A primeira delas é de que se eu conhecesse um cara que escrevesse pra mim como ele escreve, eu casava na hora! :P Já pensei isso sobre o Chico (o Buarque), mas aí achei que desse jeito eu ia acabar ficando pra tia. Sei lá, Nei Lisboa, pelo menos, tá mais pertinho!

Ok, ok... se ainda é ser muito exigente, um abraço e um colo de alguém mais próximo já serve ;)

P.S.: o trecho é de "Romance", do Amém (1993)

Friday, April 20, 2007

Testezinho de moral e cívica

O que festejamos no dia 19 que passou?
E por que é feriado no sábado?
Alguém lembra do que "aconteceu" no domingo (22) há "alguns aninhos"?

ok, essa foi só pra dar uma atualizada :P

Sunday, April 15, 2007

O instante próximo

Sou defensora da idéia de que momentos bons podem ser tão bons em breves instantes posteriores quanto no acontecer em si.
O desenrolar de um instante prazeroso é deixar-se cegar por um certo torpor. É poder interagir com o cenário, com as outras personagens, abusar da história. A idéia de que em breve vai ser só lembrança nos faz abusar dos sentidos: olha-se, toca-se, desgusta-se para que o máximo de detalhes fique registrado.
No instante bem próximo – não mais nem menos que isso –, passado o torpor das delícias, é possível fechar os olhos e quase viver a mesma cena novamente. Ainda que não seja possível reconstituir a seqüência de ações exatamente como discorrera antes, os flashes ainda são ricos em cheiros, gostos, cores... tudo ainda tão palpável.
Pena que esse instante seja tão breve...

Monday, April 09, 2007

Inglês é mais doido do que parece

Vejam só se inglês não é bicho doido!
O site do mobile clubbing convocou todo mundo pra comparecer à Victoria Station, em Londres, no dia 4 de abril e, a partir das 18h53, centenas de pessoas fizeram uma contagem regressiva e começaram a dançar... Detalhe: cada um com sua música e seu i-pod, ou mp3, ou walkman! O evento durou aproximadamente uma hora e meia, até a polícia parar a "manifestação"!

Esse videozinho do youtube dá uma idéia de como deve ter sido divertido!

Abaixo, a "convocação":

Arrive at the station around 18.40

Walk around and get in your groove

Spread out throughout the entire station (wonder if it will spread to the Tube station)

No dancing before 18.53

At the instant the clock strikes 18.53

Dance like you've never danced before

Try not to dance in one place

And dance for as long as you can

Saturday, April 07, 2007

Mais uma vez Huxley

"... Um homem é um ser que anda sobre uma corda esticada, que caminha sobre ela delicadamente, equilibradamente, tendo, numa das extremidades da vara que o mantém em equilíbrio, o espírito, a consciência, a alma, e, na outra extremidade, o instinto e tudo o que é inconsciente, tudo o que é terreno e misterioso. Em equilíbrio, sim. Coisa que é formidavelmente difícil. E a única coisa absoluta que ele pode jamais conhecer realmente é o absoluto do equilíbrio perfeito. O absoluto da relatividade perfeita. E isto, sob o ponto de vista intelectual, é um paradoxo, um contrasenso. Mas assim o é também toda a verdade real, autêntica, viva – simples contrasenso, segundo a lógica. E a lógica é um simples contrasenso também à luz da verdade viva. Vocês podem escolher a que quiserem – a lógica ou a vida. É questão de gosto. Algumas pessoas preferem ser cadavéres..."

Mais de dois meses para conseguir "ruminar" 691 páginas. Demorei para terminar "Contraponto", de Aldous Huxley, porque o livro não é dos mais fáceis de ser degustado. Para começo de conversa, o nome da publicação inglesa, de 1928, faz referência ao termo musical que significa a arte de sobrepor uma melodia a outra; o conjunto de técnicas composicionais da polifonia. Por derivação, hoje também significa o uso de contrastes ou temas entrelaçados num texto literário, num filme. O livro de Huxley não tem um foco narrativo; são diversas personagens em diferentes situações, que, por vezes, encontram-se e produzem conversas profundas e intelectuais. Essa técnica de justapor protagonistas foi utilizada por Erico Verissimo – tradutor da obra no Brasil – em "Os caminhos se cruzam" e "O resto é silêncio".

Nas anotações da personagem de Philip Quarles ou nos discursos de Mark Rampion, fica sempre clara a crítica do autor a um século XX em crescente desumanização. Ambientado na Inglaterra do período entre-guerras, Huxley aponta para a evolução do tecnicismo e do intelecutalismo, que levam os homens a querer conhecer mais e mais e cada vez viver menos. O reflexo é percebido nos relacionamentos com problemas de comunicação, nas famílias desestruturadas, na arte impessoal etc.

O livro preferido de Paulo Autran certamente entrou para a minha "listinha" também.


Tuesday, April 03, 2007

Começando bem

Olha só, que chiques! minha crônica foi selecionada pela profi para ser colocada lá no blog Thèsis, da cadeira de redação 3 :-)
Uma surpresa boa pro início de semana!

Monday, April 02, 2007

Lição do dia

A sinceridade não é a mais fácil das virtudes... até porque, se fosse fácil, talvez não tivesse motivo pra ser chamada de virtude. Enfim, mesmo que a situação e o momento não sejam os melhores, não tem nada melhor do que ser sincero por uma questão de honestidade com nossos próprios princípios.
Às vezes me pego pensando no que meus 27 aninhos, há pouco completados, me trouxeram de crescimento pessoal. Acho que tô, ao menos, aprendendo a fazer o quê vai me deixar de bem comigo mesma, com meu caráter...

M.R. eremita

Engraçado, há tempos eu não era tão sociável... Mas, numa relação de inversa proporção, nunca quis tanto um pouco de isolamento. Um mês que fosse, de puro flerte comigo mesma – e só.

Wednesday, March 28, 2007

hein?

Pensamentos e sentimentos como pontos nos "i"s?
sorry, desconheço

Saturday, March 24, 2007

É que gente... gente nasceu pra querer

Tem uma música do Raul Seixas que diz : "Gente nasceu pra querer. Gente tá sempre querendo... Quando consegue um dedo, já não serve mais, quer a mão...".
Ontem, era aniversário de uma professora minha da época do segundo grau (há dez anos). Sempre muito meiga, foi ela uma das grandes responsáveis por tudo que sei de literatura brasileira e pelo gosto de escrever. Acho que há quase um ano a gente não se falava direito. Resolvi fazer uma surpresa pra ela, já que tenho aula ali na Fabico, que é do lado da Escola Técnica (onde estudei). Quando me viu e soube que eu tava ali porque tinha lembrado do aniversário dela, ficou até com um pouco de lágrimas nos olhos. No entanto, surpresa mesmo fiquei eu – o afago era totalmente desproposital e eu não esperava o resultado que teve.
Mas a prova de que somos eternos insatisfeitos é que hoje, ao acordar, essa não foi minha primeira lembrança. Só consegui lembrar de um outro carinho que não foi lançado, não foi dito, não chegou onde tinha que chegar...

Friday, March 23, 2007

Minhas "caixinhas"

Hoje eu acabei remexendo alguns albuns de fotos. E me dei conta de como eu gosto de guardar recordações de fatos e pessoas. Tenho uma caixa onde guardo, desde nem sei quando, todas as cartas e bilhetes que recebo. Agora, na era do e-mail, tenho também a pasta "importante", para onde transfiro todas as mensagens que merecem algum dia ser relidas. E às vezes realmente me dou ao trabalho de fazê-lo e me divirto ou me encho de carinho com as lembranças.
Eu sou bem cuidadosa com aquilo que eu considero que mereça ser lembrado. E não tô falando do espaço fisíco que reservo para elas. Refiro-me aos subterfúgios que utilizo para que elas fiquem também bem guardadinhas na mente e no coração.
Acho que a memória de todo mundo funciona por associações. No entanto, no meu caso, vai além do processo natural. Eu gosto de criar as associações, não me limito ao processo involuntário.
Lembro de ter criado toda uma trilha sonora para um dos livros que mais gostei de ler: "Pássaros Feridos". Até hoje, toda vez que ouço uma das músicas da tal trilha, consigo me remeter ao enredo que envolvia cada personagem. E não me limitei aos livros. Cada um dos meus "romances" tem sua própria trilha, seu próprio cheiro, gosto, tato.
Até hoje, o meu sabor preferido de Halls é o verde (que eu nem sei se existe mais) . Lembra o gosto do meu primeiro beijo...

Escreveria mais sobre minhas lembranças se eu não tivesse com muito sono e não tivesse aula amanhã às 7h30!!!

Tuesday, March 20, 2007

Um pouquinho – mas só um pouquinho – mais velha

Queria postar algo pelo dia do meu níver (tá, sei, já passa da meia-noite e oficialmente já é dia 20, mas a verdade é que, no "meu" oficialmente, um dia só vira depois de um dorme-acorda), mas, como tô cansada e tenho montããão de coisas pra fazer amanhã, o post mais elaborado sobre o assunto fica pra depois.
Um dos "fait divers" de hoje é que meu pai (MEU PAI!!!) esqueceu meu aniversário. Tudo bem, 8 filhos e 74 anos... talvez eu perdoe ele em breve.
O outros foi o Isma, que tá em Londres, e que nem pra mãe dele é capaz de ligar, ter me ligado no meio da tarde! ô, coisa boa. E quando já era quase meia-noite, minha ex-sogra também me ligou.
Bom, no orkut, então, nem tem graça com o tal lembrete de aniversário. Mas claro que fiquei feliz com todos os recadinhos. Olha esse que meigo:
" Ae Ritinha, parabens! Vc merece toda a felicidade do mundo, queria que o mundo fosse repleto de Ritinhas como vc hehehe bjao!" – do Rafa, meu amigo de Floripa.

Monday, March 19, 2007

Álbum de infância

Olha a pérola que eu achei! Eu, aos seis anos, com praticamente o corte de cabelo atual :P

Saturday, March 17, 2007

Ainda é a vida que impressiona

Hoje morreu a tia Rose, que era viúva do tio Telmo, irmão da minha mãe. Eu estava no meu quarto quando ouvi minha mãe alterar repentinamente o tom de voz ao telefone, como quem não quer acreditar no que lhe dizem.
Minha tia já tinha levado vários sustos do coração, portanto, não era algo assim inesperado. Como também não foi quando aconteceu com meus avós paternos, que tinham 89 e 94 anos. Ou como o irmão do meu pai, o tio Renê, que morreu de câncer. A verdade é que a dor da perda de alguém não é algo que eu já tenha vivido de forma muito intensa. E tento não me preocupar com o dia que tiver de sentir.
Mas algo me impressionou muito nessas ocasiões. Minha mãe considerava a tia Rose sua melhor amiga. E quando vi que algo diferente tinha acontecido, corri do quarto porque imaginei o que podia ser e me deparo com o choro compulsivo da minha mãe. Já tinha sentido a mesma sensação quando vi meu pai chorar pela primeira vez, no enterro do tio Renê, o irmão que ele sempre se deu tão bem. Em ambos momentos eu me senti tão pequenininha, tão assustada com o fato de não poder fazer nada para tornar menos triste aqueles instantes para meus pais...

Wednesday, March 14, 2007

...

Tirei um dente hoje. Não tá doendo quase nada, mas ainda quero entender por que para tirar um dente lá do fundo precisa pontos até quase a frente... enfim, tô parecendo o Fofão, mas espero estar melhor até amanhã.
Mas a verdade é que fiquei me sentindo afetivamente frágil. Tirando meus pais, que estão aqui me paparicando, é tão ruim não ter ninguém pra te ligar para saber como tu tá.
OK, só um pouquinho de carência esporádica...

Monday, March 12, 2007

Voltando...

Finde de folga. Começo pelo que fiz no domingo: dormir, dormir, dormir... OK, comer algumas vezes e fazer um trabalhinho da facul no fim do dia. Mas a verdade é que eu passei o dia com um misto de preguiça e tristeza. Sim, porque o sábado não poderia ter sido melhor e poderia ter durado mais.
Como eu tinha dito no post anterior, ia numa festinha de progressivo durante o dia de sábado. Mesmo com quase mais de 400 pessoas em volta, cheguei bem perto dos momentos de introspecção que eu comentei estar precisando. Tinha quase esquecido como é bom esvaziar a mente, deixar ela ir bem longe e "dancing like no one' s watching". Ô, coisa boa!
Mas também nem tudo foi ostracismo. Conheci um cara de São Paulo que tinha vindo para tocar: o Dudu, da Echo Records. Entre um papo e outro, descobrimos amigos comuns em Floripa e que tínhamos morado num mesmo período em Londres e mais outros conhecidos em comum. Uma gracinha ele...

Friday, March 09, 2007

Ostracismo

Então... amanhã é dia de OM Progject! Festinha durante o dia, rolando só o fino do trance progressivo. Acho que vai me fazer muito bem.
A verdade é que estou me devendo alguns momentos de introspecção. Tá, vocês devem estar se perguntando por que ir numa festa nesse caso. Bom, só quem vai sabe que é possível. Ficar ali, no dance floor, tentar deixar a mente vazia do cotidiano e o mais próxima possível de atravessar as fronteiras que normalmente a gente a impõe.
Também porque tenho me sentido um pouco melancólica e triste... é tão ruim quando a gente quer enxergar um mundo um pouco mais bonito e a gente até enxerga por alguns instantes... mas daqui a pouco vem uma rasteira. Bom, deixa pra lá, como disse, a introspecção veio pra ficar por alguns dias, o que inclui não falar muito sobre as causas.
Volto com o relato da festa e do resto da minha folga.

Thursday, March 08, 2007

Point Counter Point

Ainda não refleti o suficiente sobre o assunto para poder escrever sobre, mas deixo aqui a questão:
"Toda a coisa que acontece é intrinsecamente semelhante ao homem a quem ela acontece". (Do livro do Huxley que tô lendo, "Contraponto".)

Wednesday, March 07, 2007

Vigília

O que faço tão cedo escrevendo no blog? Não, eu não voltei há pouco da balada. Não, eu ainda não cheguei a um nível de vício em que preciso acordar mais cedo para postar algo. Não, eu ainda não dormi hoje...
Mantendo o suspense, comecemos desde o início... Cheguei ontem no jornal onde trabalho às 19h30. Estranhei o movimento grande de pessoas, pois desde que comecei a estagiar por lá que ocorrem sucessivos cortes de pessoal e o turno da noite foi ficando cada vez mais vazio. Então, um colega me chama e conta que o sistema (programa onde fazemos as páginas, salvamos as fotos etc.) está "out" desde às 13h, ou menos, e sem previsão de volta. OK, vamos todos esperar para ver o que acontece. Esperar, esperar, esperar, esperar... Por mais de 8 horas!!!! Sim, o problema só foi resolvido por volta das 4h da matina de hoje e, na verdade, faz quase uma hora que cheguei em casa. Juro por Deus que achei que o jornal de hoje não sairia. Era praticamente "game over". Mas o fim da história é que hoje teremos O Sul nas bancas... vai saber que horas... e sem o caderno Magazine, é verdade.
Agora, é só ir virada para a aula!

Monday, March 05, 2007

Foi dada a largada!

Quando a gente ainda tá envolvido com a vida acadêmica, parece que o ano só começa mesmo com as aulas. Entón tá, 2007 chega nessa segunda, com o início das aulas na Ufirguis. E por falar em envolvida com vida acadêmica, faz tempo, hein? Meu número de matrícula na instituição é do milênio passado!!! Sim, entrei em 1999! Calma, calma, eu não sou uma paspalhona a ponto de conseguir estar há 8 anos na Fabico (será que alguém já conseguiu essa façanha?). Sou só a paspalhona que achou que podia fazer engenharia e depois mudar totalmente de rumo :P

Sunday, March 04, 2007

O hábito faz o monge, já diria minha mãe!!!

Não há como escapar... esses horários loucos de quem resolve ser jornalista restringe nosso círculo social. É verdade que jornalistas acabam andando em bandos. E não é que, mesmo ainda não sendo uma jornalista efetivamente, tô pegando todos os hábitos da classe? Nem todos da espécie da nova era tecnológica estão no orkut, mas também são raros os que não escrevem em blogs como este. Putz, tô viciando nisso...
Também peguei a mania de andar sempre com papel e caneta na bolsa. Mais vital do que uma necessaire, claro.
Mas o pior mesmo é que, para quem não gostava nem de cerveja e só ficava "altinha" em exceções merecidas, tô virando uma bebum em potencial. Ontem mesmo voltei do casamento de um dos meus amigos (jornalista, por sinal) bem alegrinha. Pudera, champagne, cerveja e até vinho de catuaba! Estranhei a falta de ressaca por hoje.
É... e tô acostumando com esses hábitos doidos já...

Friday, March 02, 2007

Lou Reed

Faz aniversáro hoje Lou Reed. Pai do The Velvet Underground e compositor de duas das músicas que mais gosto – "Perfect day" e "Pale Blue Eyes". Um trechinho da última:

"... If I could make the world as pure and strange as what I see
I’d put you in a mirror, I’d put in front of me
I’d put in front of me..."

Thursday, March 01, 2007

Alguém me explica?

Hoje à tarde foi um dia quente pacas. Algo assim em torno dos 37 graus. Mas, conforme ouvi na rádio enquanto ia para o trabalho, a sensação térmica foi de 44. Taí um conceito que para mim ainda é bastante obscuro. A tal da sensação térmica.
Se o que eu tô sentindo na pele são os 44 graus, que me importa saber que no termômetro marca 37? Como é que a gente sente uma temperatura que não é? Confuso isso!

enfim, bobagens... deixo as choramingações para outro dia, para quando a TPM chegar :P

Wednesday, February 28, 2007

elogios

É, às vezes eu fico tão preocupada em cativar pessoas que se fecham que deixo de perceber o quanto eu posso cativar algumas outras. Tudo culpa dessa minha maldita teimosia. Mas tô aprendendo a lidar com ela. Ou, pelo menos, aprendendo a discernir o meu limite.
Tempo desses eu recebi uma declaração tão meiga de uma amiga que eu gosto muito, mas convivo muito pouco. Ela disse que o irmão dela estava de namorada e que ela ainda não conhecia a menina direito, mas que, por ter achado que a garota lembrava muito o meu jeito, a simpatia foi instantânea. É tão bom quando a gente recebe um elogio assim, inesperado...

Tuesday, February 27, 2007

Se os astros dizem...

Eu não sou de ler horóscopo, mas parte do de hoje referente ao meu signo estava engraçado!

PEIXES
Enquanto muitos sucumbem ao caos, esse dia maluco pode nem chamar a sua atenção, afinal os piscianos já nasceram doidos demais.

hehe, eu? doida demais? imagina!!!

Saturday, February 24, 2007

Caramba...

... acabo de ver um documentário da BBC que diz que a consciência é sim uma realidade física e que o livre-arbítrio não passa de falsa ilusão. A gente apenas acredita que decide coisas que nosso subconsciente já decidiu momentos antes.

Putz, sendo assim, não vou me estressar mais em decidir nada :P

Bob once again

A música é triste, mas eu gosto...

It Ain't Me, Babe

Bob Dylan

Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

Friday, February 23, 2007

Da nossa aparência

Dois aprendizados surgiram da minha decisão de cortar o cabelo na quarta-feira:
1) por mais que tu queira mudar, se deixar o cabeleireiro fazer o que bem entende, tu pode levar um susto!!!
2) e daí? passado o susto, já comecei a gostar do novo visual. Isso só reforça a minha crença de que muitos de nós somos deveras apegados a nossa aparência. E não tô falando só de aparência física.

Então é isso: minha palavra de ordem da semana (que começou ontem, depois do Carnaval, claro) é DESAPEGO! :P

Tuesday, February 20, 2007

Desencaixe

Hoje (19/2), falta exatamente um mês para mais um ano de vida virar. Por um bom espaço de tempo desses 26 anos, após a bagunça emocional e de rotina que foi o fim de 2005, nada diferente aconteceu – nem fora e nem dentro de mim. Fui vivendo assim, como quem espera tropeçar no acaso, alheia a qualquer procura maior. É fácil viver assim. É mais do que isso, é simples.
Mas quem disse que minha mente inquieta se contentaria a seguir por muito tempo desse jeito?
Recentemente, ela fica solitariamente agitada, pedindo por pessoas e situações que a estimulem, sem saber exatamente onde encontrá-los – com raras exceções.
A verdade é que há muito tempo eu não me sentia tão ¨desencaixada¨ do mundo e sem saber como reverter isso. Enquanto eu não descubro como, alguém pode pelo menos mentir que me entende?

Wednesday, February 14, 2007

Bob!!!!!!!

Ok... eu até já aceitei a idéia de perder o show do Chico. Mas se Bob Dylan vier mesmo, como correm alguns boatos, eu realmente vou dar um jeito de ir... Como é que eu posso perder o cara considerado um dos maiores compositores do século 20? Perder a chance de ver ¨Blowin' in the wind¨ ao vivo? ¨Times they are a-changin¨? ¨It's all over now, Baby Blue¨? ¨Like a rolling stone¨?
Não dá pra perder... um jeito eu dou!

Tuesday, February 13, 2007

Albergue espanhol

Há quase duas semanas, fui tentar ver "Babel". O "tentar ver" foi porque, no fim das contas, não consegui. O motivo deixa pra lá, não importa. O que importa é que, na volta da tentativa, passei na locadora para pegar um filme, pois não queria perder a tarde que tinha destinado para isso. Lá eu fiquei meio perdida no meio de tanta coisa que eu gostaria de ver, mas acabei ficando com "Albergue Espanhol". Um amigo meu que tá na Europa já tinha me dito que, por eu ter morado fora, deveria ver. Um resumão rápido: Xavier, um francês que precisa aprender espanhol para conseguir um emprego desejado, resolve participar de uma espécie de intercâmbio chamado Erasmus, conhecido entre os europeus. Deixa em Paris a namorada e a mãe hippie para morar temporariamente em Barcelona. Após passar uma temporada na casa de um casal francês, consegue uma vaga em um apartamento que é praticamente um "caldeirão cultural". O filme seria apenas uma boa comédia para o meio da tarde, não fosse eu encontrar ali, principalmente no Xavier, algumas semelhanças com os desvios de rota que minha vida tomou após um ano na Europa. Não é à toa que volta e meia o assunto Londres reaparece por aqui. É uma saudade sem fim... Não necessariamente dos fatos, não necessariamente das pessoas, dos lugares, mas principalmente de um universo de possibilidades que está por aí e há quem passe uma vida sem perceber. Não fosse ter tido esse tempo de amadurecimento e de contemplação, hoje eu provavelmente seria uma engenheira de materiais. Ou não, poderia ainda estar tentando me formar em engenharia de materiais. Às vezes fico curiosa em saber como teria sido se eu não tivesse aceitado ir... (o aceitado é porque, pra quem não sabe, eu fui por um convite, tudo pago pelo meu ex-namorado – até um certo ponto, pois a viagem de mochila veio do meu trabalho mesmo).
Admito que, antes, o meu comportamento era de um bairrismo impressionante. Não cogitava muito a idéia de sair de Porto Alegre pra botar o pé no mundo – a não ser em viagens de férias. Hoje, dói-me pensar que passo tempo demais presa por aqui. Agora, considero-me orgulhosamente cosmopolita – mas não em stricto sensu. Londres me ensinou a ser cosmopolita, o que não significa necessariamente que eu tenha que sair do lugar para me comportar como uma. Isso porque estou falando de um comportamento digno de um antropólogo, daquele que está aberto ao "outro", ao desconhecido, à novidade...
O filme, apesar de engraçado, causou um pequeno desconforto. Lembrou-me daquele sentimento que não gosto muito de remexer: o que poderia ter sido e não foi...

Monday, February 12, 2007

De volta

Bem que as trapalhadas do Cupido poderiam ter se restringido apenas ao caso dele e da Psique, não?
E não tô nem contando as vezes em que ele foi sacana diretamente comigo. Pra essas, acredito eu, acho que já criei uma certa ¨malandragem¨ pra dar um jeito de tocar a bola pra frente. O que ainda realmente não aprendi é a lidar com a situação contrária. O que se faz quando esse pequeno travesso atinge alguém pra quem a gente não tá preparada? Um alguém legal e que a gente não quer magoar? O caso recente me causou um certo flashback... uma dor passada que eu não me orgulho nem um pouco de ter causado...

P.S.: ufa, finally com computador de volta em casa. Eternamente agradecida ao Diego, que descobriu uma falha que eu jamais seria capaz de descobrir - até então eu nunca tinha sequer ouvido falar em pasta térmica - e reinstalou o sistema formatando só a partição principal, conseguindo salvar todos meus arquivos importantes na secundária. Mas, ah, guri!
Buenas, portanto, não reparem a avalanche de posts que virão... mas que também ficarão para outro dia, pois o sono bate...

Monday, February 05, 2007

Só um alô

Entonces...
Estava eu com várias coisas fervilhando para postar por aqui, mas como Murphy é meu amigo, justamente logo após fazer o upgrade do meu computador, resolveu dar pau no meu windows. Tô aqui na torcida para que não seja preciso formatar meu HD...

Tuesday, January 30, 2007

Novos prazeres

Foi durante uma pausa na criação de um dos seus mais famosos livros – "Admirável Mundo Novo" – que Aldous Huxley escreveu um ensaio sobre os costumes e as práticas de uma sociedade hedonista, a qual pôde observar em temporada na Riviera Francesa.
Huxley acreditava que, mesmo a ciência do século XIX tendo descoberto a técnica da descoberta e, com isso, chegando-se à era das invenções, ninguém conseguiu inventar um novo prazer. Para o autor, as modernas indústrias de prazer do seu tempo não ofereciam nada diferente ou melhor do que tinham os romanos ou egípcios. O cinema, o rádio, os espetáculos são todos proporcionados por aparatos modernos, o que não significa necessariamente que a diversão produto deles seja moderna. Huxley pensava que "tudo o que essas máquinas novas fazem é tornar acessível a um público maior o drama, a pantomima e a música que, desde tempos imemoriais, divertiam o lazer da humanidade". No entanto, na Riviera, esses prazeres mecanicamente reproduzidos não eram encorajados, pois, justamente por ser uma estação de prazer, ali o objetivo era fazer turistas gastarem o máximo de dinheiro possível em um mínimo espaço de tempo. Assim como nossos ancestrais, nesses lugares poderia ser tudo experimentado ao vivo, sem intermediações mecânicas: comer e beber demais, observar bailarinas semi-nuas, estimular o apetite sexual, dançar, jogar e observar os jogos. E, na Riviera, principalmente, o tradicional jogo de apostas. O autor considera que apostar é tão ou mais antigo que o dinheiro. "Tão antigo quanto a própria natureza humana, ou pelo menos tão antigo quanto o tédio, tão antigo quanto a ânsia por excitações artificiais e emoções fictícias."
Encerradas a lista de prazeres proporcionados pelas estações de diversão, fica a certeza de que todos esses prazeres, para aqueles que podem pagar por eles, estão mesmo é situados num certo campo emocional que Huxley definiu como complexo de prazer/dor do esnobismo. A "exclusividade" das diversões é capaz de dar incrível satisfação às pessoas. Mas o esnobismo também pode causar prazeres extraordinários, pois as pessoas gostam de sentir-se como "eleitos" e pensar no rebanho pobre e vulgar lá fora, impossibilitado de desfrutar dos prazeres para os quais apenas esses eleitos podem comprar ingressos.
Entretanto, é também o esnobismo uma forma muito antiga de prazer. O autor acreditava viver a era das invenções, mas não entendia como ninguém fora capaz de "pensar num modo inteiramente novo de estimular agradavelmente nossos sentidos ou evocar reações emocionais agradáveis". Até aquele momento, a tarefa dos "mercadores" do prazer era encontrar o que Huxley chama de Máximo Denominador Comum de diversão, ou seja, uma diversão pouco especializada. Com isso, os apelos de prazer tornam-se muito limitados, pois tentam atingir apenas o que há de comum e simples nas características humanas gerais, desconsiderando todas as idiossincrasias psicológicas.
Baseado em tudo isso, o grande desejo de Aldous Huxley era ser multimilionário para poder financiar um grupo de pesquisadores para procurar uma espécie de intoxicante ideal: "Se pudéssemos cheirar ou engolir algo que pudesse, durante cinco ou seis horas por dia, abolir nossa solidão como indivíduos, harmonizarmos com nossos semelhantes numa cálida exaltação de afeição e fazer a vida em todos os seus aspectos parecer não apenas digna de ser vivida, mas divinamente bela e importante, e se essa droga celestial, que transfigura o mundo, fosse de um tipo que pudéssemos acordar no dia seguinte de cabeça leve e físico ileso – então, parece-me, todos os nossos problemas (e não apenas o único pequenino problema de se descobrir um novo prazer) ficariam inteiramente resolvidos e a Terra se tornaria o paraíso".
Huxley termina o ensaio dizendo que a sensação mais próxima à experiência dessa droga – mas ainda infinitamente distante – seria a emoção da velocidade, essa sim produto da modernidade. Os homens sempre teriam gostado da velocidade, mas eram limitados pela capacidade do cavalo. Hoje, o automóvel é suficientemente pequeno e próximo do solo pra conseguir fornecer a velocidade inebriante que se conseguia com o cavalo a galope.

Apenas uma síntese do ensaio "Procura-se um novo prazer" publicado em uma coletânea – intitulada "Moksha" – de ensaios escritos por Aldous Huxley sobre psicotrópicos e experiências visionárias. O texto é de 1931. Minha pergunta é: hoje, há alguma mudança significativa no "mercado" de prazeres? Ou, mesmo com todo o aparato tecnológico, ainda vivemos apenas variações do mesmo tema?

Friday, January 26, 2007

Pisciana

Num momento de ócio, pós-termino das minhas atividades até o fechamento do jornal, ficamos eu e o Douglas tirando onda de um site de signos. Algum dia eu devo ter dado atenção pra isso, mas hoje só sei dizer que sou de peixes com ascendente em touro.
O engraçado mesmo foi que, enquanto eu lia como é o sujeito de peixes, tentava identificar em mim as tais características. E aí eu fiquei refletindo sobre como eu acho que sou, sobre como as pessoas devem achar que eu sou, o quanto tem de verdade nos dois casos e o quanto se correspondem. Puxa, quanta reflexão para uma bobagem, eu sei, mas a verdade é que volta e meia eu penso na "questão". Acho que é porque ainda acho muito estranho algumas pessoas dizerem que à primeira vista eu pareço muito séria. Imagina, eu, séria?!?

Friday, January 19, 2007

Chuin chuin chun clain...

Por mais clichê que pareça, sim, a gente pode ser feliz em um dia por pequenas coisas.
Hoje, meu primeiro momento feliz foi vencer a preguiça e ir fazer trabalho voluntário na rádio da Ufrgs. Abri mão de acordar tarde para, todas as manhãs das minhas férias, fazer o noticiário das 11h da rádio. Ok, ninguém ouve, mas tô curtindo a brincadeira. E o jornalista da rádio é uma figura!
À tarde, meu primo que mora na Inglaterra e que tá de passagem pelo Brasil, após 16 anos sem pisar em terra brasilis, veio nos visitar. Ele e minha tia conseguiram arrancar boas risadas da família toda. No meio da visita, toca o telefone. Era o Cururu, também bandeado pelas terras da rainha, meu "melhor melhor amigo" e a pessoa que me batizou de M.R. Ficamos quase uma hora trovando, como nos velhos tempos que a gente se ligava e ficava falando muita bobagem por mais de hora – para desespero da mãe dele, que pagava a conta.
Depois, volto pra sala e tá rolando um lanchinho com pizza de sardinha! Putz, pizza de sardinha de mãe é o que há! Ainda bem que fui correr hoje de manhã! ;)

Tuesday, January 16, 2007

Será que Freud explica?

Um dia eu gostaria de realmente dedicar-me a descobrir a verdade sobre a lógica dos sonhos, pois, hoje, tive dois deles bem estranhos. No primeiro, um dos meus ex-namorados queria reatar. O que há de estranho nisso? Normalmente eu costumava sonhar esse tipo de coisa por ser realmente um desejo que, às vezes, torna-se idéia fixa e volta nos sonhos. Mas essa reconciliação nem passa pela minha cabeça – muito menos o tal ex. Estranho... muito estranho...
Já o segundo sonho foi bem divertido. Há muito tempo não tinha sonhos do tipo aventura. Nesse, minha mãe e eu estávamos em apuros e eu tinha que pular obstáculos, correr de bandidos e de polícia, fugir de cativeiros. Estranho mais uma vez. Eu nem curto tanto assim filmes de aventura. Mas o tal sonho me proporcionou tanto prazer que, ao acordar durante uma ação importante, voltei a dormir e tentei recuperar o fio da meada, com um certo êxito. Não consigo mais lembrar o desfecho da história, até porque acho bem provável que não tenha tido algum.
É, talvez esteja faltando um pouco de "aventura" nas bandas de cá da vida real! :P

Sunday, January 14, 2007

( )

Termino meu fim de semana podendo dizer que, dessa vez, minha folga (que acontece a cada 12 dias, pra quem não sabe) foi bem aproveitada. Sábado à tarde, consegui ver "Marcha dos Pinguins", filme que tinha me interessado desde a estréia no cinema. Além de ser completa novidade para mim – não sabia absolutamente nada sobre a reprodução dos pinguins –, o filme tem imagens lindas e uma narração encantadora. À noite, após muitos momentos de indecisão da família Horn, fui com a Laura, prima e colega de trabalho, no Ocidente. Finalmente conferi a tal Pulp Friction e foi bem divertido. Aliás, não tem como não ser divertido com a Laura! Domingo, após uma conferida na redenção versão "excluídos do litoral", fui ver uma peça do Porto Verão Alegre: "O Urso", uma comédia de um texto do Anton Tchekhov. Folga fechada com chave de ouro, pois a peça era ótima. Muito engraçada, bem encenada, com expressões corporais muito bem estudadas. Curti mesmo. Ah, e ainda ganhei, no final da peça, uma cortesia para assistir "Pois é, Vizinha". O ruim é que por causa do trabalho não tem como conferir. Deixei para o mano...
O estranho disso tudo é que, mesmo com tantos momentos de lazer, não consegui livrar-me de uma sensação de vazio que começou no meio do domingo e foi crescendo, incomodando, até mesmo doendo um pouco. Fui ficando introspectiva, sem muita vontade de falar, sem muita vontade de me expor. E o pior é saber que tenho um universo de pensamentos e sentimentos – ainda que confusos, estranhos, muitos deles até bobos e infantis – que precisam de um caminho de expressão. Admito que, em diversas fases, fui displicente e nada esforçada na procura desse caminho. A contramão seduz porque às vezes é realmente muito mais fácil fechar-se e ponto. Mas hoje não era o caso. Não queria a contramão, muito pelo contrário, mas queria um estímulo externo, um interesse, uma pergunta.
Se paro e reeleio o que escrevi acima, abstraio dois sentimentos escritos à caneta (não apagariam tão fácil) nas entrelinhas: saudade e solidão. Sinto, como nunca, falta dos amigos que me instigavam, estimulavam. E ainda que a saudade seja nada mais nada menos do que perceber o quanto algo ou alguém "está em mim", assimilado, precisava deles para um chimas na redenção, um boteco na lima e silva, um sorvete no jóia, uma conversa longa de telefone sem DDI.
Bom, acho que também deu pra perceber que tô carente...

Saturday, January 13, 2007

Embarque imediato

“Para qualquer lugar! Qualquer lugar! Desde que eu saia deste mundo!”. (Charles Baudelaire)

Baudelaire tinha atração por portos, cais, estações ferroviárias, trens, navios e quartos de hotel. Sentia-se mais à vontade nos lugares transitórios, como cais, estações de trem etc, do que no destino final ou sua própria residência.

Ah, se eu tivesse grana...

Thursday, January 11, 2007

Um pouco de futilidade

Começo o ano deixando pelo menos um problema para trás: 7 quilos a menos na balança e a volta de tempo e disposição para voltar a correr – o que já tenho conseguido fazer com uma razoável freqüência (4 x por semana). E o melhor: perdi-os em dois meses e sem dieta alguma. Nem mesmo a tal da auriculoterapia tinha conseguido tal proeza. A questão é que, com isso, entraram em campo outros dois pequenos problemas: 1) quase todas as minhas calças parecem bombachas, e meu salariozinho de estagiária, já destinado a tantas dívidas, não sustentaria a compra de tantas outras. 2) A onda de repercussão dos casos de morte por anorexia deixou minha mãe (já levemente paranóica) com a mania de ficar controlando minhas refeições. Saco isso! Enfim... só sei que agora eu tenho mantido o peso com a corrida mesmo. Ou seja, pra que os amigos mais próximos não se assustem com a iminência de uma nova Maria Rita sem uma de suas principais características, volta e meia eu ainda posso ser um guri comendo.

Bah, post totalmente fútil, mas o intuito era esse mesmo: escrever um pouco de bobagem. Fora do mundinho virtual tô tentando rever algumas leituras, voltando a me dedicar a estudar Huxley, lendo mais sobre civilizações pré-colombianas. Claro, vendo também a finaleira de "Chocolate com Pimenta", no Vale a Pena Ver de Novo! :P

Wednesday, January 10, 2007

A "nossa" Abbey Road

Tenho essa foto aí na "minha" mesa de trabalho lá do jornal. Engraçado é que quem vai até a minha mesa quase sempre passa sem perceber que são pessoas "reais". Dia desses, o Alliati (colega) veio falar comigo e perguntou quem eram, acredito que esperando como resposta o nome de uma banda de rock! Sério, ele riu muito quando a resposta foi: "Sou eu ali no meio". HA! É, sou eu mesmo. A trupe completa, da esquerda para a direita: Adriana (a que destoa um pouco mais do resto, mas tudo bem, a gente te considera mesmo assim :P), Rex (Pharaoh, Brício, o que quiser chamar – é um dos que tá com mais cara de mau, mas lembro que era simplesmente fruto da ardência de uma lente de contato mal colocada, boiolice), Maria Rita (se eu não tivesse na foto, diria que era de autoria minha, certamente – HA, me achei agora), Guilherme (Juju – é, o apelido do cara é esse mesmo, acredite – acho que não dá pra ver exatamente na foto, mas o cara conseguiu a proeza de chegar em Londres e comprar um par de tênis em que cada pé era de uma cor!) e Marcelo (meu ex-namorado, com o casaco que eu adorava e que compramos em regime de comunhão de bens – droga, ficou com ele).

Bom, explicando um pouco do contexto da foto: esse foi um dos nossos loucos dias de turista em Londres. Queríamos conhecer a Abbey Road – a tal rua do tal disco dos Beatles, em que eles estão atravessando em fila uma faixa de segurança. Procuramos no London A-Z (guia de ruas com mapas) e fomos atrás da tal rua. Apenas esquecemos do pequeno detalhe de que lá pode ter mais de uma rua com o mesmo nome, o que as diferencia é o código postal. Óbvio que os "Zé Panacas" foram parar numa Abbey Road muuuuuuuuuuuuuuuuito longe! Enfim, sem querer, achamos o cenário perfeito para a foto que reúne as cinco pessoas que se divertiram, esfolaram-se, mas, principalmente, cresceram juntas num período que volta sempre com uma saudade latente no peito.

Monday, January 08, 2007

"Let the music take your mind..."

Sabem aquela comunidade do orkut "A vida deveria ter trilha sonora"? Pois então, meu humor hoje, nesse momento, tá muito embalado por "Blue Monday", do New Order. Não pela letra, pela batida mesmo. Acho que eu gostaria de ter curtido a vida naquele momento em que o New Order estourou em Manchester, Inglaterra.

Momento trívia: a música "Blue Monday" é o single que mais vendeu na história da música. O problema é que o selo inglês Factory – responsável pela banda – era independente (traduzindo: não era da "máfia", não era reconhecido pela Industria Fonográfica Britânica), portanto, eles não ganharam o disco de ouro. Mesmo tendo vendido mais de 1 milhão de cópias só no Reino Unido.

Pra quem curte, vale ver o filme "24 hour party people" ("A festa nunca termina", em português). É uma espécie de documentário sobre a história da Factory, o selo; da The Haçienda, a casa noturna fundada pela Factory eo New Order; de como a Joy Division virou New Order e o surgimento da febre pela música eletrônica no Reino Unido. Por conseqüência, a febre do ecstasy também.

Wednesday, January 03, 2007

Da minha mania de autosabotagem

Já faz mais de um ano que estou trabalhando no jornal. Estranho, ao mesmo tempo que parece ontem, tanta coisa tá diferente de como era e, principalmente, diferente de como imaginava – naquela época – do que seria de mim agora. Minha entrada no jornal foi uma espécie de ápice de uma mudança brusca de vida – o que não ocorria desde a volta de Londres. Uns seis meses depois da minha volta ao Brasil (maio de 2002), eu comecei a trabalhar no colégio da família da Adri (minha amiga-irmã) e, lá, fiquei por quase quatro anos. Então, no fim de 2005, como se já não bastasse o recém término de um namoro – que, na verdade, já estava pra acabar, mas sempre é doloroso e sempre me faz sentir meio perdida –, fui chamada para assumir uma vaga de estágio no jornal O Sul. Tive que sair às pressas do "meu cantinho", aquela salinha apertada, quente no verão e muuuuito fria no inverno, que era o setor "reprográfico" (assim chamava a diretora) do Colégio Monteiro Lobato. Ali eu era praticamente a minha própria chefe. Tinha horário fixo, claro, mas ditava meu próprio ritmo de trabalho. Convivia com gente muito bacana e tinha a Adri ali pertinho, pra quebrar qualquer galho que precisasse.
O Sul é meu primeiro estágio em jornalismo. Poder estagiar na minha áerea me deixou bem contente no início. Mas logo aquela rotina maluca de trabalhar à noite e de não estar de folga todos os finais de semana foi me deixando cansada. Melhor, enjoada é a palavra. Então, muito desde o início, eu já tinha marcado data para sair de lá. Coloquei em mente que não renovaria o contrato em dezembro de 2006, pois um ano já parecia tempo suficiente. E o engraçado é que, inconscientemente, eu acabava não criando vínculo com o lugar, nem mesmo com os colegas – a não ser meus colegas de estágio na geral, o Isma e o Skrotzky, que tornavam sempre as noites muito mais divertidas.
Os planos então eram juntar dinheiro e viajar. A princípio, para qualquer lugar. Uma espécie de contrato comigo mesma de que faria uma pausa pra viver, pra curtir. Depois, surgiu a vontade de ir para o Universo Paralello, festival de trance de Ano-Novo na Bahia. E tudo estava absolutamente certo... até outubro. Foi nessa época que um novo tufão passou. Coração, família, grana, demissões de estagiários no jornal. Meu mundo fora do jornal bagunçou-se de uma maneira, que hoje me sinto dependente daquele ambiente, daquela rotina que me livra do pensar no "lá fora". A viagem pra Bahia acabou não acontecendo, renovei contrato por mais seis meses e, por mais que eu saiba que o ideal agora era sair de lá e partir pra outro rumo, sinto que sentiria uma falta imensa.
Bom, a única certeza que tenho agora é que preciso lutar um pouco contra essa minha tendência de acomodação. Que alguma luz surja nos próximos dias!

Monday, January 01, 2007

Ufa...

Foi, passou, acabou, alívio...
Odeio virada de ano.