Já faz mais de um ano que estou trabalhando no jornal. Estranho, ao mesmo tempo que parece ontem, tanta coisa tá diferente de como era e, principalmente, diferente de como imaginava – naquela época – do que seria de mim agora. Minha entrada no jornal foi uma espécie de ápice de uma mudança brusca de vida – o que não ocorria desde a volta de Londres. Uns seis meses depois da minha volta ao Brasil (maio de 2002), eu comecei a trabalhar no colégio da família da Adri (minha amiga-irmã) e, lá, fiquei por quase quatro anos. Então, no fim de 2005, como se já não bastasse o recém término de um namoro – que, na verdade, já estava pra acabar, mas sempre é doloroso e sempre me faz sentir meio perdida –, fui chamada para assumir uma vaga de estágio no jornal O Sul. Tive que sair às pressas do "meu cantinho", aquela salinha apertada, quente no verão e muuuuito fria no inverno, que era o setor "reprográfico" (assim chamava a diretora) do Colégio Monteiro Lobato. Ali eu era praticamente a minha própria chefe. Tinha horário fixo, claro, mas ditava meu próprio ritmo de trabalho. Convivia com gente muito bacana e tinha a Adri ali pertinho, pra quebrar qualquer galho que precisasse.
O Sul é meu primeiro estágio em jornalismo. Poder estagiar na minha áerea me deixou bem contente no início. Mas logo aquela rotina maluca de trabalhar à noite e de não estar de folga todos os finais de semana foi me deixando cansada. Melhor, enjoada é a palavra. Então, muito desde o início, eu já tinha marcado data para sair de lá. Coloquei em mente que não renovaria o contrato em dezembro de 2006, pois um ano já parecia tempo suficiente. E o engraçado é que, inconscientemente, eu acabava não criando vínculo com o lugar, nem mesmo com os colegas – a não ser meus colegas de estágio na geral, o Isma e o Skrotzky, que tornavam sempre as noites muito mais divertidas.
Os planos então eram juntar dinheiro e viajar. A princípio, para qualquer lugar. Uma espécie de contrato comigo mesma de que faria uma pausa pra viver, pra curtir. Depois, surgiu a vontade de ir para o Universo Paralello, festival de trance de Ano-Novo na Bahia. E tudo estava absolutamente certo... até outubro. Foi nessa época que um novo tufão passou. Coração, família, grana, demissões de estagiários no jornal. Meu mundo fora do jornal bagunçou-se de uma maneira, que hoje me sinto dependente daquele ambiente, daquela rotina que me livra do pensar no "lá fora". A viagem pra Bahia acabou não acontecendo, renovei contrato por mais seis meses e, por mais que eu saiba que o ideal agora era sair de lá e partir pra outro rumo, sinto que sentiria uma falta imensa.
Bom, a única certeza que tenho agora é que preciso lutar um pouco contra essa minha tendência de acomodação. Que alguma luz surja nos próximos dias!
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2 comments:
Tu viu que os nosso blogs sao gêmeos? :)))
Tô morrendo de saudades de ti, guria. Feliz ano novo, tudo de bom! E, sim, TEMOS que nos encontrar assim que eu voltar.
Beijao
Ah... A gente se incomodava mas se divertia, fala sério.
Mas é um trabalho como outro qualquer. Tu tá ganhando tua grana e ponto. Eu também estaria acomodado se não fosse minha demissão.
Quando eu tava no jornal eu tentava colocar na minha cabeça que eu era muito novo pra me encher o saco do trabalho, que eu devia esperar ter uns 60 anos pra fazer isso. Mas foi em vão.
Pelo menos n'O Sul eu não me sentia o cara incompetente e completamente inútil que eu sou hoje. Dava pra enganar direitinho, não dava?
Bjão!
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