Sunday, January 14, 2007

( )

Termino meu fim de semana podendo dizer que, dessa vez, minha folga (que acontece a cada 12 dias, pra quem não sabe) foi bem aproveitada. Sábado à tarde, consegui ver "Marcha dos Pinguins", filme que tinha me interessado desde a estréia no cinema. Além de ser completa novidade para mim – não sabia absolutamente nada sobre a reprodução dos pinguins –, o filme tem imagens lindas e uma narração encantadora. À noite, após muitos momentos de indecisão da família Horn, fui com a Laura, prima e colega de trabalho, no Ocidente. Finalmente conferi a tal Pulp Friction e foi bem divertido. Aliás, não tem como não ser divertido com a Laura! Domingo, após uma conferida na redenção versão "excluídos do litoral", fui ver uma peça do Porto Verão Alegre: "O Urso", uma comédia de um texto do Anton Tchekhov. Folga fechada com chave de ouro, pois a peça era ótima. Muito engraçada, bem encenada, com expressões corporais muito bem estudadas. Curti mesmo. Ah, e ainda ganhei, no final da peça, uma cortesia para assistir "Pois é, Vizinha". O ruim é que por causa do trabalho não tem como conferir. Deixei para o mano...
O estranho disso tudo é que, mesmo com tantos momentos de lazer, não consegui livrar-me de uma sensação de vazio que começou no meio do domingo e foi crescendo, incomodando, até mesmo doendo um pouco. Fui ficando introspectiva, sem muita vontade de falar, sem muita vontade de me expor. E o pior é saber que tenho um universo de pensamentos e sentimentos – ainda que confusos, estranhos, muitos deles até bobos e infantis – que precisam de um caminho de expressão. Admito que, em diversas fases, fui displicente e nada esforçada na procura desse caminho. A contramão seduz porque às vezes é realmente muito mais fácil fechar-se e ponto. Mas hoje não era o caso. Não queria a contramão, muito pelo contrário, mas queria um estímulo externo, um interesse, uma pergunta.
Se paro e reeleio o que escrevi acima, abstraio dois sentimentos escritos à caneta (não apagariam tão fácil) nas entrelinhas: saudade e solidão. Sinto, como nunca, falta dos amigos que me instigavam, estimulavam. E ainda que a saudade seja nada mais nada menos do que perceber o quanto algo ou alguém "está em mim", assimilado, precisava deles para um chimas na redenção, um boteco na lima e silva, um sorvete no jóia, uma conversa longa de telefone sem DDI.
Bom, acho que também deu pra perceber que tô carente...

No comments: