Sunday, April 15, 2007

O instante próximo

Sou defensora da idéia de que momentos bons podem ser tão bons em breves instantes posteriores quanto no acontecer em si.
O desenrolar de um instante prazeroso é deixar-se cegar por um certo torpor. É poder interagir com o cenário, com as outras personagens, abusar da história. A idéia de que em breve vai ser só lembrança nos faz abusar dos sentidos: olha-se, toca-se, desgusta-se para que o máximo de detalhes fique registrado.
No instante bem próximo – não mais nem menos que isso –, passado o torpor das delícias, é possível fechar os olhos e quase viver a mesma cena novamente. Ainda que não seja possível reconstituir a seqüência de ações exatamente como discorrera antes, os flashes ainda são ricos em cheiros, gostos, cores... tudo ainda tão palpável.
Pena que esse instante seja tão breve...

6 comments:

Anonymous said...

tudo é possível porque tudo é ilusório... (eu acho)

beijo

Cris

Anonymous said...

mas não andam dizendo por aí que o nosso cérebro não sabe distinguir o que é visão "real" e o que é lembrança?

Anonymous said...

qual é a diferença entre sonhar algo que já se viveu (ou vivenciou) e uma lembrança?

só um ponto de vista, mas como cada mente vê de acordo com suas próprias experiências, as coisas concretas não existem como tal; e sim, de acordo com a lembrança ou experiência de cada mente ou pessoa...

M.R. said...

hehehe, o assunto foi longe!
humm, bom, pra dizer a verdade, o post era uma licença poética (ou tentativa de!). Mas eu curti muito as contribuições!!!

::Pensamentos Efêmeros:: said...

Dá pra se ancorar nesses cheiros tbm.
As coisas voltam afu. Mesmo muito tempo depois.

E é um belo texto.

Natusch said...

Concordo com o Isma.

[faz um air guitar]

=)