Saturday, March 17, 2007

Ainda é a vida que impressiona

Hoje morreu a tia Rose, que era viúva do tio Telmo, irmão da minha mãe. Eu estava no meu quarto quando ouvi minha mãe alterar repentinamente o tom de voz ao telefone, como quem não quer acreditar no que lhe dizem.
Minha tia já tinha levado vários sustos do coração, portanto, não era algo assim inesperado. Como também não foi quando aconteceu com meus avós paternos, que tinham 89 e 94 anos. Ou como o irmão do meu pai, o tio Renê, que morreu de câncer. A verdade é que a dor da perda de alguém não é algo que eu já tenha vivido de forma muito intensa. E tento não me preocupar com o dia que tiver de sentir.
Mas algo me impressionou muito nessas ocasiões. Minha mãe considerava a tia Rose sua melhor amiga. E quando vi que algo diferente tinha acontecido, corri do quarto porque imaginei o que podia ser e me deparo com o choro compulsivo da minha mãe. Já tinha sentido a mesma sensação quando vi meu pai chorar pela primeira vez, no enterro do tio Renê, o irmão que ele sempre se deu tão bem. Em ambos momentos eu me senti tão pequenininha, tão assustada com o fato de não poder fazer nada para tornar menos triste aqueles instantes para meus pais...

2 comments:

Álvaro Lima said...

Mesmo muda, mesmo assustada pela incerteza - mesmo quando tu te sentir pequenininha -, lembra que tu podes fazer alguma coisa. A tristeza se chora e depois se vai; e é mais fácil quando temos alguém pra abraçar...

::Pensamentos Efêmeros:: said...

Por menos inesperado que seja, a gente nunca espera. E concordo com o àlvaro: é sempre mais fácil quando se tem alguém pra abraçar.

Bjos.